O jornal norte-americano ‘The New York Times’ publicou na última quinta-feira (19), o obituário do humorista baiano Jotinha, que morreu no início de novembro, aos 52 anos, após falência múltipla dos órgãos, em decorrência da Covid-19. O obituário do jornal faz parte de uma série sobre pessoas que morreram por causa da pandemia do coronavírus e traz uma parte da história de Jotinha.
“Quando alguém em 2016 enviou uma mensagem para um grupo de WhatsApp brasileiro, provocando a baixa estatura e voz aguda de José Luiz da Silva, o senhor Silva viu e ofereceu a outra face – com um resultado surpreendente”, escreveu o jornal, explicando como começou a popularidade de Jotinha.
Na publicação, o ‘New York Times’ traduziu o nome artístico do humorista para “Little J” e ainda falou sobre o time do humorista, o Esporte Clube Bahia, o início do trabalho dele como locutor em Elísio Medrado, sua cidade natal, além da história da família de Jotinha. Abordou, ainda, a infecção por Covid-19 da mãe dele, Teresinha César, de 88 anos, que já está curada.
Jotinha começou a fazer sucesso através do aplicativo de mensagens WhatsApp. Após troca de mensagens em que as pessoas chegaram a fazer piadas com a voz dele, os áudios ficaram famosos e a carreira do humorista alavancou. Ele fez participações em clipes de artistas, deu entrevistas em emissoras de rádio e televisão, e logo ficou conhecido nas redes sociais.
Jotinha tinha mais de 1 milhão de seguidores somente no Instagram e ganhou projeção na internet por causa do tom de voz, o jeito debochado de comentar sobre futebol e a maneira bem-humorada de “cornetar” os amigos nos grupos de Whatsapp.
Quando foi internado, após passar mal com sintomas de problemas respiratórios, Jotinha foi levado a um hospital particular em Santo Antônio de Jesus, cidade a cerca de 50 km de Elísio Medrado. O estado de saúde dele se agravou e ele precisou permanecer na unidade de saúde, mas a família não tinha mais condições de pagar o tratamento. Foi então, que o humorista Tirulipa fez um apelo nas redes sociais, pedindo ajuda para Jotinha e família.
Jotinha morreu em 5 de novembro e foi enterrado no dia seguinte, em Elísio Medrado. Moradores fizeram homenagens a ele com carreata e aplausos. Jornal da Chapada com informações do G1 Bahia.