Em agenda na cidade de Catu nesta quarta-feira (30), o governador Rui Costa (PT) criticou a demora do governo federal para iniciar a vacinação contra o coronavírus e apontou a atuação política da Anvisa como fator de atraso para a imunização dos brasileiros. “O Brasil hoje, pelo desastre da condução do governo federal, é o segundo país do mundo em número de mortes, e nós corremos o risco de ser o último a começar a vacinação”. Rui também afirmou que, se preciso for, vai tomar medidas judiciais para que a Bahia adquira as vacinas necessárias.
Rui Costa avalia que, “se o governo federal atrapalhar menos, a gente vai vacinar parte da população no primeiro semestre, basicamente o povo da área da saúde, o povo da área da segurança e aqueles que que têm a sua saúde mais vulnerável, ou seja, os idosos e quem tem doença com potencial de complicar com o Covid”. Segundo ele, só no segundo semestre a vacina chega para a maior parte da população.
Rui Costa destacou que, na América do Sul, a maioria dos países já começou a vacinar sua população. “O Brasil está ficando para trás. É uma vergonha porque nós temos um governo federal incapaz de governar o País, que se sustenta na base da polêmica, na pregação da ignorância, da negação da ciência, e está levando o Brasil a um desastre não só do ponto de vista de saúde, mas do ponto de vista econômico e social”.
O governador destacou que a Anvisa era uma das agências sanitárias mais respeitadas do mundo. “Era até aqui. Infelizmente, o atual governo, que está destruindo muita coisa, está conseguindo destruir a imagem da Anvisa que levou muitas décadas para construir uma imagem de seriedade. Hoje, está sendo adotada uma postura ‘politiqueira’ que não condiz com a história e com a reputação que a Anvisa tem. Mas estamos atentos, monitorando diariamente e, dadas as condições, se necessário for, o Estado da Bahia vai à justiça para requerer a autorização para adquirir a vacina e imunizar a população”, acrescentou.
Baixos índices de mortalidade na Bahia
Rui destacou que a Bahia é o segundo entre os 27 estados brasileiros com menor taxa de mortalidade por Covid-19. “Tivemos dois ou três meses críticos, a partir de agosto começamos a reduzir o número de contaminados. Chegamos a ter, no pico, 70 mortes por dia, e caímos até o mês de outubro para 20 óbitos por dia. Infelizmente, a partir de novembro, começamos a ver a curva de contaminados e o número de óbitos subir novamente”.