A funcionária pública, responsável pelo escritório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Lençóis, na Chapada Diamantina, Maria Paula Adinolfi, foi motivação de repúdio por causa das calúnias e difamações contra a Associação Grãos de Luz e Griô, que se defende das acusações em redes sociais. Um abaixo-assinado foi divulgado pela associação explicando o que aconteceu. O caso envolve os recursos direcionados para os setores de cultura via Lei Aldir Blanc, criada devido aos efeitos negativos na economia devido à pandemia do novo coronavírus no país.
“A funcionária do Iphan disse que a associação retirou o direito democrático de participação das pessoas, que se beneficiou de recursos da Lei, acusando de manipulação da rede de grupos culturais com distribuição de ‘migalhas’ e ‘parasitismo’ de lideranças, insinuando que vem se utilizando da Lei para aquisições de carros e casas e para encher os bolsos de pessoas da associação, além de referenciar a equipe e a sua rede como ‘ratazanas’ e ‘criminosos’, explica abaixo assinado.
No dia 31 de dezembro de 2020, Maria Paula publicou em perfil pessoal de rede social questionamentos e opiniões sobre a verba direcionada à cultura, através da Lei Aldir Blanc. “O dinheiro que deveria estar nas mãos das associações de comunidades quilombolas foram parar nas mãos de uma ONG que só pisa no quilombo para parasitar. Migalhas para os verdadeiros agentes culturais; bolso cheio, casas, carro novo, equipamentos sofisticados para os parasitas”.
Na publicação, a funcionária do Iphan coloca um texto de título: ‘A Última Vingança’ e discorre: “O ex-prefeito e seus aliados, principalmente a Associação Grãos de Luz e Griô, sentaram em cima do dinheiro da Cultura, até o último instante, causando decepção e frustração em todos que investiram tempo e energia na expectativa da aplicação correta dos recursos”, aponta Maria.
No documento de repúdio, a Associação conclui sobre as intenções das difamações em redes sociais. “Todas essas palavras utilizadas nas redes sociais são para desqualificar a associação, para responsabiliza-la pelo não pagamento dos recursos da Lei por parte da prefeitura em 2020, e desconstruir a rede de vínculos afetivos e culturas da rede local”, salienta a organização.
A prefeitura de Lençóis alegou que “poderia ter encaminhado o recurso para o Fundo de Cultura caso tivesse sido votado pela Câmara de Vereadores”, que paralisou a votação em função de uma manifestação liderada, também, pela funcionária do escritório do Iphan.
A Associação ainda afirma que “ abriu uma comunicação entre o ex-prefeito local e UPB [União dos Municípios da Bahia], para que esta entidade pudesse assessorar o processo do empenho e garantir o recurso”.
O abaixo assinado conclui, justificando sobre o atraso do pagamento alegando que o ex-prefeito, “se baseando na Medida Provisória do governo federal de prorrogação dos prazos de execução da Lei Aldir Blanc, decidiu não pagar o recurso em dezembro e efetuar o empenho nos primeiros dias de janeiro, com a data retroativa a 31 de dezembro”, diz a associação.
O abaixo-assinado contra as calúnias e difamações já conseguiu recolher 237 assinaturas até a finalização do texto e pode ser acessada por meio deste link.
Jornal da Chapada
Confira aqui a publicação completa da funcionária do Iphan