“Está ocorrendo uma politização para o repasse de recurso federal por parte da atual gestão”. A fala é de um dos contemplados do edital de apoio financeiro da ‘Lei Aldir Blanc’, em Ituaçu, município da Chapada Diamantina que agora é administrado pelo prefeito Phellipe Brito (PSD). O Jornal da Chapada recebeu as denúncias nesta segunda-feira (18). Segundo informações, o valor total de R$162.151,60, como consta no edital, já está empenhado e os pagamentos estavam previstos para o final de dezembro de 2020. No total, foram homologados 71 cadastros desde o dia 22 de dezembro de 2020.
Para o grupo, que foi habilitado para o recebimento do benefício, a atual gestão tem buscado justificativas para o não pagamento do auxílio dos agentes culturais, um dos públicos severamente afetados com a pandemia da covid-19. “Esse pagamento ia sair do dia 23 até dia 31. Não houve e o dinheiro está na conta. Como mudou a prefeitura, o gestor [Adalberto Luz, PP] perdeu a eleição, quem assumiu agora não está querendo pagar, está enrolando, procurando justificativas, ao ponto de dizer que ‘tem pessoas que são funcionários da prefeitura'”.
O grupo ainda aponta que um dos motivos do atraso é devido o gestor Phellipe Brito querer auditar os projetos por meio de um advogado. “Vão colocar um advogado para avaliar os projetos. Imagina, um advogado fazendo avaliação de projeto cultural, que já foi passado por uma avaliação. Está ocorrendo uma politização para o repasse de recurso federal por parte do município. Já tem duas semanas. Então, não tem mais justificativa de transição, que não tem sala, não tem mesa ou cadeira”, aponta um agente cultural indignado.
“A gestão atual não tem só o repasse da Aldir Blanc, tem o caminhão do lixo, o aluguel do trator, o aluguel do caminhão-pipa. São restos a pagar. Não é uma folha de pagamento que o gestor passado deixou, é um recurso federal e que através da politicagem está acontecendo isto. Se até 31 de janeiro não for repassado, o dinheiro retorna para a União”, informa. O grupo completa que se há irregularidade, ou seja, servidor público contemplado no edital, que seja corrigido, mas que “o dano de um indivíduo não pode prejudicar um coletivo”.
A reportagem tentou contato com prefeito Phellipe Brito, mas até a publicação da matéria não obtivemos respostas. Tentamos contato com o atual secretário de Cultura, ‘Chiquinho Raposa’, questionando sobre a morosidade nos pagamentos aos contemplados e, também, até o fechamento do texto, não tivemos o retorno.
Jornal da Chapada