A defesa das investigações para comprovar os indícios de mau uso de recursos públicos no combate à pandemia do novo coronavírus no Brasil foi apontada pelo deputado estadual Marcelinho Veiga (PSB) como “fundamental para a transparência dos gastos” do Poder Executivo nacional. Nesta quarta-feira (27), o parlamentar disse que a insistência do governo federal em apostar na distribuição de cloroquina e hidroxicloroquina para tratamento precoce contra a covid-19 pode ser um dos crimes de responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.
“Mesmo com a ausência de validação científica, Bolsonaro e Pazuello apostaram nos medicamentos como estratégia de tratamento precoce e distribuíram cloroquina e hidroxicloroquina para tratar pacientes diagnosticados com o novo coronavírus. Sem contar que o mau uso dos recursos públicos pode gerar um agravamento do processo, a crise pode se acentuar, como vimos no Amazonas. Manaus é o exemplo que esse governo não conseguiu se impor diante da pandemia. Rondônia também precisa de ajuda. Acredito que a gestão demorou de agir”, aponta Marcelinho.
A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou ilegalidade no custeio dos remédios sem eficácia. O ministro Benjamin Zymler afirma que os medicamentos só poderiam ter sido fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar a doença caso tivesse autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou de autoridades sanitárias estrangeiras. O aplicativo TrateCOV também foi alvo do TCU. O tribunal quer indicação dos responsáveis pela plataforma, a descrição do funcionamento e se está prevista sua reativação. Esse aplicativo recomendava antibióticos, cloroquina e ivermectina até para bebês, e foi tirado do ar no dia 21 de janeiro.