Avaliar os impactos do agronegócio na região e propor soluções em conjunto. Esse foi o ponto central da visita da Comissão da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) ao município de Piatã, na Chapada Diamantina, realizada na última terça-feira (26). Formada pelos deputados estaduais Mário Jacó e Marcelino Galo, ambos do PT, presidentes das Frentes Parlamentares da Agricultura Familiar e Ambientalista da Alba, respectivamente, e Hilton Coelho (Psol), membro da Comissão de Meio Ambiente e Direitos Humanos, a comissão estive no município chapadeiro a convite dos moradores.
A visita compreendeu as comunidades de ‘Nascente do Contas’, ‘Ressaca’, ‘Bocaina’, Gerais’ e ‘Mocó’, e é um desdobramento da audiência pública realizada pela Frente Ambientalista da Alba e de uma reunião realizada com o secretário estadual de Meio Ambiente (Sema), João Carlos Oliveira, e a diretora-geral do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Márcia Telles.
O deputado Jacó disse que ficou preocupado com os “estragos” que os produtores orgânicos irão sofrer com a presença de uma empresa do ramo da bataticultura, a qual teria recebido licença ambiental do Inema e já iniciado o processo de desmatamento numa fazenda de quase mil hectares em Piatã. “Imagine o agricultor que lutou para conquistar o selo de café orgânico, ter um vizinho a 20 metros, que é uma grande empresa, aplicando veneno de avião na plantação. Isso vai impactar sobremaneira na economia local e gerar prejuízos”, critica o petista.
Por se tratar de área na Chapada Diamantina bastante irrigada, abrangendo as bacias de Rio de Contas, Paraguaçu e Paramirim, as discussões que envolvem moradores, ambientalistas e poder público, passam também pela importância da sua preservação e reconhecimento como patrimônio hídrico. “São vários pontos turísticos, cachoeiras e comunidades que serão afetadas”, acrescenta Jacó. Com dados de assessoria.