Pela primeira vez em mais de 40 anos, o Ilê Aiyê decidiu reeleger uma Deusa do Ébano. Com isso, Gleicy Ellen, vencedora da Noite da Beleza Negra em 2020, segue à frente do corpo de dança do bloco também neste ano.
Em entrevista à Rádio Metrópole, na última semana (19 de fevereiro), Vovô, o presidente do Ilê, explicou a situação: “Independente de qualquer coisa, mesmo tendo outra rainha mais nova, ela vai participar, pois é uma menina muito antenada, maravilhosa, e esse ano, infelizmente, ela não pôde mostrar seu talento, charme e competência, sua beleza negra pelo mundo afora… mas ela vai continuar”.
A questão é que o reinado de Gleicy Ellen, com duração prevista de um ano, se deu durante a pandemia, ou seja, num período sem eventos senão virtuais. Assim, ela de fato não teve oportunidade de estrelar shows e outras apresentações do bloco afro pelo mundo, como costuma acontecer.
Foi como que um reinado simbólico. Por outro lado, dadas as dificuldades inerentes ao momento, o Ilê também não conseguiu realizar ainda o concurso que elege anualmente a sua deusa.
Sobre isso, Vovô garantiu também que a diretoria do bloco está se movimentando para viabilizar o evento em formato online, mesmo já tendo passado o carnaval-sem-carnaval. “Estamos tentando uma parceria, não conseguimos ainda, mas não estamos parados”, disse.
São muitas as incertezas, dentro e fora do bloco. Característica comum diante do coronavírus e suas mutações. O que está certo, por enquanto, é que a Deusa do Ébano do Ilê segue deusa em mais um ano — seja com abertura paulatina ou fechamento radical; com outra deusa ao lado ou sozinha no posto; marcando mais uma particularidade do período que vivemos. Redação do portal Metro1.