O deputado Marcelo Ramos (PL-AM), primeiro vice-presidente da Câmara, comentou sobre a ligação entre o presidente Jair Bolsonaro e o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO). Na conversa, divulgada no domingo (11) pelo senador, o presidente pressiona o parlamentar a pedir a abertura de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, Bolsonaro também cobrou que a CPI da covid-19, no Senado Federal, apure a atuação de prefeitos e governadores. “Um senador grava o Presidente da República. Um senador age como um vassalo pedindo pra ser poupado pelo Presidente. Um presidente pede pra um senador poupa-lo numa investigação, investigar governadores e abrir impeachment de ministro do STF. É a avacalhação geral da República”, disse Marcelo Ramos, na rede social.
Confira a conversa:
ATENÇÃO BRASIL!!! PRESIDENTE BOLSONARO E SENADOR KAJURU TEM UMA CONVERSA CLARA E HONESTA!!! TENHO HISTÓRIA E NÃO ACEITO CPI COVID POLÍTICA E REVANCHISTA! ALESSANDRO, E EU QUEREMOS INVESTIGAR GOVERNADORES E PREFEITOS TAMBEM!!! OUÇAM E COMENTEM SEM PARAR.https://t.co/VZMRc5TTxx
— Senador Kajuru (@SenadorKajuru) April 11, 2021
Um senador grava o Presidente da República. Um senador age como um vassalo pedindo pra ser poupado pelo Presidente. Um presidente pede pra um senador poupa-lo numa investigação, investigar governadores e abrir impeachment de ministro do STF. É a avacalhação geral da República.
— Marcelo Ramos (@marceloramosam) April 12, 2021
Conselho de Ética
Após ser representado pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no Conselho de Ética na segunda-feira (12), o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) disse que desafia o filho do presidente Jair Bolsonaro a um escrutínio do colegiado. Flávio é investigado no inquérito das “rachadinhas”, que apura um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro no gabinete do parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Em entrevista ao Globo, Kajuru disse que riu ao saber da representação de Flávio no Conselho. O filho do presidente alegou que o colega de Senado obteve uma “conduta imoral” ao gravar Bolsonaro sem consentimento e divulgar o áudio em que ele falava sobre a criação da CPI da Pandemia.
“Eu ri, eu ri, o que posso fazer? Nessa hora, você tem que rir. Para mim, foi motivo de dar risada logo ele, entre 81 senadores, o que me representa no Conselho de Ética é quem exatamente deveria estar no Conselho de Ética? Porque eu nunca fui acusado de crime. Nenhuma esfera da Justiça nunca me denunciou por nada, nem na minha vida jornalística, nem na minha vida política. A Polícia Federal nunca foi na minha casa às 6h30 da manhã, eu nunca fui manchete negativa do Jornal Nacional. Eu fiz um convite a ele: Já que ele me quer no conselho de ética, eu também faço o mesmo convite: vamos juntos, vamos ver se você tem coragem de ir lá e explicar uma denúncia grave contra você” disse Kajuru.
O senador Kajuru disse que está tranquilo sobre a apuração. “Ele (Bolsonaro) não só sabia (que estava sendo gravado) como respondeu pra mim: ‘Kajuru, não tenho nada a esconder’, quando comuniquei a ele que ia para o ar às 12h40. Pode abrir o sigilo telefônico dos dois. Vamos ver quem está falando a verdade. Estou tranquilíssimo, consciência limpa, fiz a minha missão e a cumpri de forma completamente honesta e indiscutível e insofismável” comentou, ainda durante a entrevista. Jornal da Chapada com informações de Carta Capital e O Globo.