Profissionais de enfermagem de Itaberaba e de outros municípios da Chapada Diamantina realizaram, nesta quarta-feira (12), Dia Mundial da Enfermagem, uma carreata em busca de apoio da população para a aprovação do Projeto de Lei 2.564/2020, que altera a lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, para instituir o piso salarial nacional do enfermeiro, do técnico de enfermagem, do auxiliar de enfermagem e da parteira. Os profissionais de saúde se manifestaram pelas principais ruas de Itaberaba puxados por um carro de som e com faixas e cartazes alusivos à data e ao projeto de lei.
“Essa manifestação veio para agregar a comemoração do Dia Mundial da Enfermagem. A ideia foi uma iniciativa coletiva entre alguns profissionais da cidade, partindo da repercussão nas redes sociais de que o PL 2.564/2020 vai para votação no Senado ainda este mês. Essa manifestação foi a maior oportunidade para mostrar a nossa força”, declara a enfermeira sanitarista e especialista em saúde pública, Erica Araújo.
Além dos profissionais de Itaberaba, participaram do movimento comitivas de enfermeiros de municípios como Boa Vista do Tupim e Ruy Barbosa. “Hoje é um dia muito importante para nossa categoria, primeiro porque estamos comemorando o nosso dia e, segundo, por estarmos na rua pedindo apoio da população para a aprovação desse projeto que trata sobre o piso salarial e da redução da carga horária para nossa categoria”, reforça a enfermeira e coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município de Ruy Barbosa, Fernanda Leila Ferreira da Rocha.
A enfermagem é a profissão mais antiga e surgiu antes mesmo de Cristo – ainda que à época não tivesse esse nome técnico. Sua origem aponta para o trabalho de homens e mulheres abnegados que cuidavam do bem-estar dos enfermos, tentando garantir a eles uma situação digna de saúde básica e de sobrevivência. Na atualidade, quando falamos de história da enfermagem, é impossível não citar o nome de duas mulheres: Florence Nightingale e Ana Neri. A primeira foi um marco para a enfermagem mundial e, a segunda, para o Brasil.
“A enfermagem tem sido fundamental no combate à pandemia da covid-19. Ela não abandonou a população. Nosso trabalho é fundamental em leitos, UTIs e, agora, na imunização das pessoas com a chegada da vacina. E, mesmo assim, não fomos priorizados. Vivemos agora com a esperança na aprovação do projeto. Isso mesmo, os profissionais da enfermagem no Brasil ainda não têm um piso salarial”, declara o enfermeiro militante e pós-graduado em urgência e emergência, psiquiatria e saúde pública, Rodrigo Fernandes.
Vale ressaltar que o projeto de lei em debate, está pronto para votação no Congresso Nacional tendo, inclusive, a defesa de parlamentares baianos como os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Ângelo Coronel (PSD-BA). O único que ainda não se pronunciou a respeito da peça foi o senador, também pela Bahia, Otto Alencar (PSD), que inclusive, é médico ortopedista, e sabe por vivencia o valor do trabalho de um enfermeiro para a medicina.
Jornal da Chapada