Durante sessão da CPI do Genocídio realizada nesta quarta-feira (9), o senador Otto Alencar (PSD-BA) criticou o Conselho Federal de Medicina pelo silêncio diante da prisão do médico bolsonarista Victor Sorrentino, no Egito. O Ministério Público do Egito acusou Sorrentino de assédio sexual verbal, violação da vida privada e violação dos princípios e tradições familiares da sociedade egípcia em razão de um vídeo que faz “piada” misógina com uma vendedora.
“Quando que o presidente do CFM vai mandar um vídeo condenando a ação do senhor Victor Sorrentino, que fez assédio sexual a uma trabalhadora no Egito? Estou esperando até agora. O vídeo me criticando pelas perguntas que fiz à doutora Nise Yamaguchi ele fez em 8h. Em 12h já estava no grupo do WhatsApp dos 81 senadores. Eu quero que ele mande o vídeo falando sobre Sorrentino. Assédio sexual é mais grave do que o que eu perguntei aqui”, declarou Alencar.
O senador foi alvo do presidente do CFM, Mauro Ribeiro, na última quarta-feira (2), após Alencar ser duro nas perguntas direcionadas à médica negacionista Nise Yamaguchi, que prestou depoimento à CPI. Ribeiro disse que a comissão tem um “ambiente tóxico” e “nada democrático”.
Defensora ferrenha de tratamentos ineficazes contra a Covid-19, Yamaguchi é apontada como integrante de um “gabinete paralelo” que orientou o governo Jair Bolsonaro a seguir um caminho anticientífico de “imunidade de rebanho” – promovendo a contaminação e, por consequência, as mortes pela doença.
Um grupo composto por mais de 100 médicos e médicas renomados do Brasil, entre eles Margareth Dalcolmo, Paulo Niemayer, Daniel Tabak e Ligia Bahia, divulgaram na quinta-feira (3) uma carta repudiando a posição do CFM. A redação é do site da Revista Fórum.