A polícia informou nesta sexta-feira (18) que uma disputa de terra é apontada como principal motivação do assassinato do agricultor Paulo Antônio Ribas Grendene, 62 anos, ocorrida em 11 de junho deste ano, na cidade de Barreiras, oeste da Bahia. Em 2020, a vítima denunciou à polícia que suas terras estavam sendo invadidas por pessoas ligadas às organizações criminosas investigada pela Operação Faroeste, que apura a venda de decisões judiciais para legalização de terras no estado.
Segundo informações da Secretaria de segurança Pública (SSP-BA), detalhes da investigação foram repassados para o titular da pasta, Ricardo Mandarino, e para a delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, durante reunião em Barreiras. O titular da 11ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Barreiras), delegado Rivaldo Luz, contou que imagens de câmeras, na região do bairro de Bandeirantes, onde o crime ocorreu, estão sendo analisadas. “Ouvimos ainda nove testemunhas, e a apuração está avançada”, disse.
Na noite do dia 11 de junho, Paulo Antônio passava de carro pelo bairro, quando foi interceptado por dois homens armados e encapuzados. A dupla disparou várias vezes contra a vítima, que morreu na hora. Grendene era paranaense e morava na Bahia há 30 anos. O corpo dele foi levado para a cidade de Nova Londrina (PR), onde ele nasceu, e foi sepultado no domingo (13).
Operação Faroeste
A operação começou no final de 2019.
°19 de novembro – a primeira fase da Operação Faroeste teve a prisão de quatro advogados, o cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão e o afastamento dos seis magistrados;
°20 de novembro – a Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) instaurou procedimento contra os magistrados do TJ-BA.
°23 de novembro – a Polícia Federal prendeu o juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio, da 5ª vara de Substituições da Comarca de Salvador, em mais um desdobramento da Operação Faroeste;
°29 de novembro – a desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), foi presa. Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), ela estaria destruindo provas e descumprindo a ordem de não manter contato com funcionários. Indícios sobre isso foram reunidos pela PF e pelo Ministério Público Federal (MPF);
°19 de dezembro – na última fase, que foi batizada de Estrelas de Nêutrons, quatro mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), com o objetivo de obter provas complementares da possível lavagem de ativos. Os alvos foram um joalheiro e e um advogado. A redação é do site G1 BA.