Entre depoimentos sobre a morte de 500 mil brasileiros pela Covid-19, destoou o tom irônico utilizado pelo ministro das Comunicações de Bolsonaro, Fábio Faria. Ele debochou da onda de protestos e manifestações de solidariedade nas redes sociais, pouco antes de a expressão “meio milhão” subir aos assuntos mais comentados no Twitter.
“Em breve vocês verão políticos, artistas e jornalistas ‘lamentando’ o número de 500 mil mortos. Nunca os verão comemorar os 86 milhões de doses aplicadas ou os 18 milhões de curados, porque o tom é sempre o do ‘quanto pior, melhor’. Infelizmente, eles torcem pelo vírus”, escreveu.
O Brasil chega a meio milhão de mortos pela Covid-19 neste sábado, segundo registros oficiais das secretarias de Saúde dos estados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. A marca, portanto, não é a oficial divulgada pelo Ministério da Saúde.
O número real, porém, deve ser ainda maior, já que nem todos os infectados fazem o exame para detectar a presença do coronavírus. Depois de lançar a ironia, o ministro fez nova publicação, desta vez em cima de um post do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga defendendo a estratégia de vacinação do governo.
“Sou testemunha da sua luta. Trabalha incansavelmente para sairmos desse luto e vacinarmos os brasileiros. Metade da população que morreu por Covid no ano passado e ainda não existia a vacina [sic]”, disse Faria. “Temos 660 milhões de doses para vacinarmos todo o Brasil”.
Outros políticos, da esquerda à direita, também se manifestaram nas redes sociais, mas sem ironias. Entre eles, Eduardo Paes, João Amoedo, Guilherme Boulos e Jaques Wagner. Até esta sexta-feira (18), o país registrava 61.859.364 pessoas vacinadas com a primeira dose. O número de vacinados com a segunda dose é de 24.171.806 pessoas, o que representa pouco mais de 11% da população.
Este sábado também é marcado por manifestações em diferentes cidades do país contra o presidente Jair Bolsonaro. Os protestos nacionais, que reúnem milhares de pessoas, são pelo impeachment do presidente, por mais vacinas contra a Covid-19 e por auxílio emergencial. As informações são da Folha.