O Ministério da Saúde decidiu suspender a compra da vacina Covaxin, desenvolvida pela Bharat Biotech, em razão dos indícios de corrupção apontados pela CPI do Genocídio nos contratos firmados pelo governo Jair Bolsonaro com a Precisa Medicamentos. Segundo o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR) estaria envolvido.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, revelou à jornalista Rachel Vargas, da CNN Brasil, a decisão de interromper o contrato. “Não é mais oportuno importar as vacinas neste momento”, afirmou. Denúncias apontam que o contrato entre o Ministério da Saúde e a empresa Precisa, representante do imunizante indiano no Brasil, previa a compra superfaturada do produto. A vacina era a mais cara entre as que o país realizou empenho de compra.
Os indícios de corrupção são inúmeros e o contrato de R$1,6 bilhão com a Precisa é alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF). A negociata envolveria ainda uma empresa de fachada, a Madison Biotech, offshore localizada em Singapura.
Jair Bolsonaro, no início do ano, aprovou a compra do imunizante a um preço 1.000% maior que o inicialmente anunciado pelo fabricante. Um telegrama da embaixada brasileira em Nova Délhi mostra que, quando lançada, a vacina produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech custava 100 rúpias ou cerca de 1,34 dólares a dose. Em fevereiro desse ano, sob pressão de Bolsonaro, a Precisa Medicamentos fechou a compra para o Ministério da Saúde pelo valor de 15 dólares a unidade. Ao mesmo tempo, o governo federal rejeitou a compra da vacina da Pfizer a 10 dólares alegando preço muito alto.
O vice-presidente da CPI do Genocídio, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), usou as redes sociais para comentar a notícia. “Se não tinha nada de errado, por que irão suspender? Isso só tem um nome! Confissão!”, tuitou. A redação é do site da Revista Fórum.