A terceira fase da Operação Casmurro resultou na prisão de seis pessoas na manhã desta quarta-feira (30) nos municípios de Seabra, na Chapada Diamantina, e Salvador. Além da prisão preventiva de um delegado, três policiais civis, um agente administrativo e um empresário local foram detidos. A Justiça em Seabra também autorizou a busca e apreensão em endereço residencial. Foram apreendidos celulares, rádio comunicador, dispositivos de armazenamento de dados, dinheiro em espécie e documentos.
A atual fase da operação trouxe novos indícios da prática de tráfico de drogas por policiais civis lotados na 13ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin), em Seabra, bem como possível lavagem dos ativos criminosos.
Essa ação foi conduzida pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e das Promotorias Criminais e de Patrimônio Público de Seabra, em conjunto com a Força Tarefa de combate a Crimes praticados por Policiais Civis e Militares, da Corregedoria da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
Histórico
Investigações da Polícia Civil descobriram, em junho de 2020, uma extensa plantação de maconha no Povoado de Baixio da Aguada, zona rural de Seabra, com previsão de colheita de três toneladas da droga.
A investigação revelou que os traficantes e os policiais, com o intermédio de um empresário da região, com grande influência na Polícia local, estabeleceram propina de R$220 mil e a droga apreendida não foi completamente incinerada. Os policiais permitiram a colheita do restante da droga, e ainda ajudaram a transportá-la dentro das viaturas da polícia, para armazenamento em propriedade rural do empresário, até que fossem finalmente enviadas para a cidade de Salvador.
A coordenação do Gaeco destaca a importância do “apoio incondicional” do comando-geral da Polícia Militar da Bahia, assim como da cúpula da Polícia Civil estadual no combate ao crime organizado, o que “reafirma a sintonia do trabalho das agências do sistema de defesa social na proteção à sociedade”.
Não haverá concessão de entrevista ou coletiva de imprensa por parte do MP da Bahia, neste momento, em respeito à Lei de Abuso de Autoridade. Jornal da Chapada com texto base do MP-BA.