O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviou um relatório à CPI do Genocídio apontando movimentações financeiras suspeitas envolvendo o empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos. A Precisa é a empresa que atuou como intermediário do Ministério da Saúde no contrato de compra da vacina Covaxin, que possui suspeitas de irregularidades. A entidade receberia R$ 1,6 bilhão.
O documento, obtido por O Globo e CNN Brasil, aponta movimentação atípica de R$43,7 milhões por parte da Precisa entre 17 fevereiro e 14 de junho de 2021, levando em conta entradas e saídas. A maior parte dos recursos se movimentou entre empresas de propriedade de Maximiano.
“Identificamos que os créditos mais expressivos ocorreram por meio da mesma titularidade, dificultando assim a identificação, os ordenantes, a origem de fato, valores esses repassados para a BSF GESTÃO EM SAÚDE LTD, empresa do grupo, somado ao volume transacionado estar superior ao faturamento anual cadastrado”, aponta o Coaf.
Entre as situações suspeitas identificadas pelo órgão estão: incompatibilidade da atividade econômica ou faturamento informado com o padrão; movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, atividade econômica ou ocupação profissional; recebimento de recursos com imediata compra de instrumentos para a realização de pagamentos a terceiros.
A Precisa alega que as transações relatadas pelo Coaf são “regulares”. Maximiano chegou a ter convocação aprovada para comparecer à CPI, mas teve depoimento desmarcado após o Supremo Tribunal Federal permitir que ele recorresse ao direito ao silêncio. A redação é do site da Revista Fórum.