A vendedora ambulante, Geisa Lopes, 23 anos, acusa uma sócia de um restaurante do município de Lençóis, na Chapada Diamantina, de ter cometido supostos danos morais contra ela. Ela prestou boletim de ocorrência pelas supostas práticas de crimes contra a honra e contou ao Jornal da Chapada (JC) que pretende ajuizar na esfera cível a ação de danos morais.
Em razão do desemprego, Geisa vende bolinhos de pote confeccionados pela sua mãe na rua da cidade chapadeira. Ao comercializar o produto nas mesas dos restaurantes que ficam na parte da rua, ela relata que a sócia de um dos estabelecimentos foi até ela no último sábado (10) e repetiu o que já havia dito outras duas vezes, que era para ela não vender mais no local, chamando-a de “pirracenta”.
Ainda segundo a vendedora, a dona do local tirou foto dela e colocou em um grupo de Whatsapp de comerciantes da cidade. Na mensagem enviada, a mulher questiona se os donos dos restaurantes acham normal pagar taxas e os ambulantes abordarem as mesas. “Aborda as nossas mesas e não respeita ninguém. E também sabem dizer aonde são feitas as coisas que eles vendem?”, indaga um trecho da mensagem.
Geisa buscou o JC para um direito de resposta, tendo em vista que ela não pertence ao grupo de Whatsapp dos comerciantes, no qual a imagem dela e a mensagem circulam. Procurada, a Polícia Civil informou que a DT de Lençóis investiga um possível crime de injúria cometido pela dona do restaurante, contra uma vendedora ambulante. Além disso, a oitiva da vítima já foi marcada.
Caso
Segundo a vendedora, a primeira vez que a sócia, esposa do sócio majoritário do restaurante, reclamou com ela foi em 2019, afirmando que não queria que fossem vendidos bolos nas mesas do estabelecimento. “Eu disse que ela não poderia fazer isso, me constranger no meio das pessoas, mas como eu estava começando como ambulante e não entendia muito da lei, eu preferi evitar discussões e constrangimento, portanto, evitava naquele ano passar nas mesas dela”, relatou. Ainda conforme a vendedora, a mulher dizia que o estabelecimento já vendia sobremesas e que não havia necessidade de serem vendidos os bolos no pote.
“Só que quando nós retornamos os trabalhos do bolinho, devido à falta de emprego em Lençóis, em 11 de junho, já na segunda semana de trabalho, eu mesma parei pra pensar e percebi que não tinha cabimento continuar pulando as mesas dela, sabendo que ela era a única que me proibia e que esse bloqueio que ela fazia comigo perante a lei é crime”, disse, ao afirmar que então retornou a passar nas mesas do estabelecimento, que ficam localizadas na rua.
Na segunda ocasião, Geisa afirma que a mulher apareceu batendo a mão no cardápio, dizendo: “eu já disse que não quero você vendendo esses bolos aqui”, pontuou. Contudo, a vendedora desta vez rebateu, afirmando que não queria conversa com ela e saiu andando. Procurados, a sócia e dono do restaurante não quiseram se manifestar sobre o ocorrido.
Jornal da Chapada