Em mais de 40 minutos de conversa com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada, Jair Bolsonaro voltou a fazer a defesa de sua tese de que há “indícios” de fraudes no sistema eleitoral e voltou a atacar o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), usando um trocadilho de cunho homofóbico.
“O Barroso disse que as urnas são impenetráveis”, disse Bolsonaro, em claro tom de ironia, após atacar o sistema eleitoral por mais de 25 minutos. A declaração arrancou gargalhadas dos apoiadores. “Igual ele”, disse um dos presentes, sob risos do presidente.
“Será? É só o senhor que é imbrochável, imorrível e intocável. Isso não é para qualquer um, não”, rebateu outro apoiador, citando uma dos chavões de Bolsonaro.
No início de julho, Bolsonaro publicou uma sequência de tuites embasando uma teoria da conspiração criada pelo gabinete do ódio e propagada pelas milícias virtuais que envolve uma suposta “bissexualidade” de Barroso ao médium João de Deus, preso por estupro, e o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu.
A tese nasceu de um texto atribuído a “João Macedo Costa – Jornalista Político”, que não tem referência nenhuma nas rede sociais. Na narrativa, com erros crassos de português, Barroso teria um “apartamento de luxo” em Miami, custeado pelo médium João de Deus, onde viveria “sua vida miserável de bissexual”.
Segundo a narrativa, Dirceu – que é identificado como Daniel – teria um vídeo de pedofilia de Barroso e estaria chantageando o ministro para fraudar as eleições em 2022, dando vitória a Lula. Dirceu entrou com ação pedindo que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorize a abertura de uma investigação sobre a fake news.
Na representação ele anexa as mensagens propagadas nos grupos de apoio a Bolsonaro. “De forma surreal, tal relato abjeto e vil mereceu amplificação e disseminação pelo perfil do Twitter” do presidente. A redação é do site da Revista Fórum.
Assista a partir de 25 minutos