Ricardo Barros, deputado federal pelo PP-PR e líder do governo Bolsonaro, teve requerimento prevendo as quebras de seus sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário aprovado na sessão de retomada dos trabalhos da CPI da Covid-19, também conhecida por ‘CPI do Genocídio’.
A quebra deverá ser feita antes do depoimento do deputado e poderá dar mais munição aos senadores de oposição ao governo Bolsonaro contra o seu líder na Câmara.
O objetivo dos senadores da comissão parlamentar é apurar o suposto envolvimento do deputado em negociação para a compra da vacina Covaxin, em denúncia feita pelos irmãos Miranda à CPI.
Em depoimento à CPI, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que levou as suspeitas ao presidente Jair Bolsonaro pessoalmente. Bolsonaro então teria dito que era um “rolo” do líder do governo.
Depois de muita insistência da parte dos senadores, o nome de Ricardo Barros foi confirmado pelo deputado Miranda, abrindo uma nova linha investigativa para a CPI. Após a repercussão negativa, o contrato foi cancelado por suspeitas de irregularidades.
Autor da emenda parlamentar que possibilitou a importação da Covaxin
Outro fator que liga o líder do governo ao suposto esquema de corrupção na compra da Covaxin, é por ter sido Ricardo Barros o autor da emenda 117/2021 à Medida Provisória nº 1.026 em fevereiro deste ano, que permitiria a importação da vacina desenvolvida pela Bharat Bioetch.
A MP autorizava a “importação e distribuição de quaisquer vacinas” e medicamentos não registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde que aprovados por autoridades sanitárias de outros países. Ricardo Barros irá depor à Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 no dia 12 de agosto. A redação é do site da Revista Fórum.