Conforme matéria publicada pelo Estadão, o novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, deve tentar aproveitar o apoio do Planalto para liderar o projeto nacional do Progressistas (PP) de se tornar o maior partido do país.
Presidido nacionalmente por Nogueira, o PP busca aproveitar a sua entrada num dos principais ministérios do governo de Jair Bolsonaro para deflagrar a estratégia expansionista do partido já nas próximas eleições.
O novo chefe da Casa Civil tem a ideia de que o partido consiga eleger a maior bancada de deputados federais no próximo ano – hoje é a terceira maior da Câmara, com 41 – e amplie sua representatividade no Senado, visto que tem sete parlamentares.
Caso isso venha ocorrer, o PP garante maior parte dos recursos vindos do Fundo Partidário e a perspectiva de controle dos principais espaços políticos do Congresso. Além disso, o partido quer eleger o maior número possível de governadores, uma vez que atualmente administra apenas o Acre, com Gladson Cameli.
Na semana passada, durante ligação com aliados no Piaiú, ele comunicou o convite que tinha recebido para ser ministro e ao pedir a opinião de todos, recebeu apoio da entrada dele no ministério e confirmaram que o líder do PP não definiu se manterá a candidatura ao governo, uma vez que essa definição perpassa pela evolução do plano expansionista do Progressistas.
Ainda nas negociações encontra-se a possibilidade de Bolsonaro se filiar à legenda para disputar a reeleição – algo que é visto no partido como uma oportunidade favorável para aumentar a bancada de parlamentares, uma vez que o atual presidente traria boa parte de seus aliados.
O comando do PP ofereceu ainda a legenda para o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e para a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, caso os dois decidam concorrer a cargos eletivos. O ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que estuda concorrer a deputado estadual em São Paulo, também pode retornar à legenda a qual já foi filiado.
Foi definido pela executiva nacional do partido que as realidades regionais serão respeitadas nos acordos políticos, medida esta que evita problemas em Estados importantes, principalmente no Nordeste, no qual o PP é alinhado aos governos de esquerda.
O Vice-governador na Bahia, João Leão, sonha em se tornar o candidato ao governo da Bahia com o apoio do PT local. Contudo, a aliança com Leão na cabeça de chapa ainda seria improvável, pois o intuito dos petistas é lançar o senador Jaques Wagner ao governo da Bahia.
No entanto, Leão acredita que poderá alavancar sua candidatura, pois vai assumir o governo baiano em 2022, caso se confirme a desincompatibilização de Rui para disputar uma vaga no Congresso. Após ser vice na chapa petista, Leão e seus aliados acham razoável que o PT os apoie dessa vez. Mas mesmo que isso não venha a ocorrer, o PP deve se manter alinhado aos petistas.
O vice baiano ouviu Nogueira sobre o convite para o ministério e não fez nenhuma restrição. Ainda ouviu que não haverá qualquer empecilho da legenda às alianças estaduais. Logo, na prática, os dois lados avaliam que a presença de Nogueira na Casa Civil vai, inclusive, ajudar a alavancar as campanhas dos integrantes do partido, sem depender do lado da disputa em que estejam.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), também já faz parte da estratégia expansionista do PP. Lira se elegeu para o poso com aval do Planalto e apenas ampliou a sua influência política e é, inclusive, considerado fundamental por Bolsonaro na estratégia de blindagem contra eventual pedido de impeachment.
Lira nega que a ida de Nogueira à Casa Civil tenha ocasionado uma disputa entre ambos. Contudo, parlamentares alertam que será importante acompanhar como vai ficar a relação entre os dois, pois eles terão participação importante nas discussões políticas entre governo e Congresso. Jornal da Chapada com informações de Acesse Política e Estadão.