Os pais do adolescente de 12 anos, que foi assediado sexualmente por um capitão da Polícia Militar de Goiás, foram peças fundamentais na denúncia que levou à prisão do suspeito no último domingo (1º).
Em entrevista ao site Metrópoles, a mãe do menor contou que o filho e um sobrinho, de 18 anos, foram abordados pelo oficial em um clube de Rio Verde (GO) em novembro de 2020. A mãe relatou que gritou para o filho sair da piscina, quando viu que o homem estava muito próximo dele.
Quando chegaram em casa, o adolescente revelou que o militar passou as mãos em suas partes íntimas. Até então, a família nem suspeitava que o agressor era um policial militar.
Estratégia
Em uma nova visita ao clube, no último sábado (31/7), o militar voltou a abordar o adolescente, que foi embora com medo. O capitão então, teria passado seu número de telefone para o sobrinho de 18 anos, que também estava no clube.
A partir daí, a família começou a se comunicar com o militar por mensagens pelo WhatsApp, como se fossem as vítimas. O oficial da PM teria falado palavras obscenas pelo aplicativo e, com pouco tempo de conversa, já sugeriu a ida até um motel.
“Quando ele falou que queria levar eles para o motel, eu pensei: ‘esse moço está obcecado pelo meu filho’. Até então, em nenhum momento passou pela nossa cabeça que era policial”, relatou a mãe do adolescente.
Flagrante
O encontro para a ida ao motel foi marcado em um posto de gasolina de Rio Verde. A família foi orientada pela Polícia Civil de Rio Verde, que realizou a prisão em flagrante.
Quando o capitão estacionou no posto, o adolescente chegou a entrar no banco da frente. No entanto, o pai entrou no banco de trás e segurou o suspeito, que falou ser policial. Na hora ninguém acreditou, segundo a mãe, mas os policiais civis confirmaram a identidade.
O Metrópoles apurou que o oficial tem 59 anos e é subcomandante da unidade do Colégio Militar que funciona em Rio Verde – Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás (CEPMG) Carlos Cunha Filho.
“O que deveria proteger se tornou o vilão, e isso dá uma sensação de impotência, porque nem sempre a gente está ao lado dos filhos da gente”, desabafou a mãe do adolescente.
Alívio
Apesar de todo o abalo provocado pela situação, o adolescente envolvido no caso está aliviado, segundo sua mãe. O garoto de 12 anos estaria vivendo com muito medo, desde que foi abordado no clube, evitando até sair sozinho.
A mãe avaliou que o crime foi possível de ser denunciado porque houve diálogo entre ela e o filho.
“Foi muito descarado. Realmente, ele não estava com medo. Acho que ele vislumbrou tanto a possibilidade de ter um contato maior com o meu filho que ele não mediu as consequências. Graças a Deus e ao diálogo que eu tive com o meu filho, que se acontecesse alguma coisa era para ele me contar, tudo terminou bem.”
O Metrópoles questionou Secretaria de Segurança Pública e Ministério Público para saber quais providências serão adotadas a respeito do caso, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Há um procedimento no nome do capitão na 2ª Câmara Criminal de Rio Verde, do dia 2/8, mas corre em segredo de Justiça. A redação é do site Metrópoles.