Em toda sua história, nem sempre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu com afinco o voto impresso. O autor de inúmeras ameaças contra a democracia e das eleições 2022 já se manifestou a favor do voto eletrônico, nos anos 1990.
Há 27 anos, o então deputado federal de primeiro mandato fez declarações sobre a necessidade de se informatizar o sistema da Justiça Eleitoral, numa época em que já questionava o resultado das eleições.
Em reportagem do Jornal do Brasil, assinada pela jornalista Daniella Sholl em 21 de agosto de 1993, traz a defesa de Bolsonaro pela modernização das eleições, feita em um encontro de militares da reserva, no Rio de Janeiro.
“Esse Congresso está mais do que podre. Estamos votando uma lei que não muda nada. Não querem informatizar as apurações pelo TRE. Sabe o que vai acontecer? Os militares terão trinta mil votos e só terão computados três mil”, afirmou Bolsonaro na época.
Passadas três décadas, o presidente além de duvidar da credibilidade das urnas, se coloca em contradição com o ressuscitar de suas falas.
Nesta quinta (5), em nota divulgada à imprensa, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) voltou a rebater os argumentos de Bolsonaro alegando que as urnas não são conectadas à internet e, por isso, não suscetíveis a invasões de hackers.
“O acesso indevido, objeto de investigação, não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018. Isso porque o código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação. Nada de anormal ocorreu”, informa a nota. A redação é do site da Revista Fórum.