Francis Gonçalves, morador do País de Gales, no Reino Unido, perdeu o irmão e os pais para a covid-19 no período de uma semana, em Portugal, após os familiares se recusarem a receber a vacina contra o coronavírus. Ele está utilizando esta dor como um impulso para alertar outras pessoas sobre os riscos de não se vacinar contra a doença.
De acordo com ele, os três moravam em Portugal e não se vacinaram “influenciados por notícias falsas sobre supostos riscos da imunização que não têm comprovação científica”, salienta Gonçalves. Eles morreram em julho e podem ter contraído o vírus durante um evento em família.
“Eles não aproveitaram a oportunidade de se vacinar porque ficaram com medo. Meus pais tinham problemas de saúde crônicos, mas deveriam ter tomado a vacina. Só que havia todo um alvoroço sobre isso”, diz.
Gonçalves não conseguiu viajar para Portugal, em razão das restrições de viagem para o país. No momento em que ele ficou retido no Reino Unido, o seu pai, Brasil, de 73 anos, a sua mãe, Charmagne, de 65, e seu irmão, Shaul, 40, foram hospitalizados e enfrentaram uma rápida piora.
O irmão foi o primeiro a falecer, em 17 de julho, seguido pelo pai três dias após, e sua mãe não resistiu no dia 24. Gonçalves pontua que não vai ser fácil conviver com a dor, mas que está recebendo condolências das pessoas e isso tem o ajudado.
Francis Gonçalves também faz o seguinte alerta: “Sei que muitas pessoas estão optando por não tomar a vacina. Elas não conseguem ver isso a partir de qualquer outra perspectiva — exemplo, por que alguém estaria distribuindo doses se elas fossem prejudiciais? Tenho empatia por essas pessoas, elas estão se perguntando se estão fazendo a coisa certa. Mas isso vai prejudicar nossas famílias, então toda a propaganda [antivacina] tem que parar”, reforça. Jornal da Chapada com informações de BBC.