O presidente da CPI do Genocídio, Omar Aziz (PSD-AM), decidiu encerrar o depoimento do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) após o líder do governo Jair Bolsonaro insinuar que a falta de vacinas no Brasil foi provocada pelos trabalhos da comissão.
“A CPI não atrapalhou a venda de vacinas, pelo contrário. Se hoje o Brasil tá vacinando e com uma vacina com um preço justo, é por causa da CPI”, declarou Aziz.
Segundo ele, os problemas do Brasil com o ritmo de imunização aconteceram em razão das ações de pessoas “negacionistas” e se referiu diretamente a Barros. “O deputado que está aqui ao meu lado, que disse que não ia se vacinar, aliás pregava a imunização de rebanho para criança, que é crime!”, disparou.
Barros insinuou que a CPI “afastou muitas empresas interessadas em vender vacina para o Brasil”, o que foi repudiado pelos senadores.
A sessão foi suspensa em razão de uma questão de ordem levantada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-ES). Segundo Aziz, Barros voltara à CPI na condição de convocado. “Convite a gente faz a quem a gente respeita, convocação a gente faz com quem desrespeita a comissão”, disse em entrevista coletiva.
“Não aceito alguém vir e desrespeitar a CPI. Ele entrou mais para se justificar sobre as denúncias ao invés de querer nos responder. Ele quer usar a CPI, que é um instrumento de investigação, para se justificar sem nos responder”, completou.
Segundo o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), os senadores vão acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar o que podem fazer quando um parlamentar infringe o compromisso de dizer a verdade assumido pelos depoentes.
“Não demorou meia hora para a Cansino desmentir o deputado, não demorou 30 minutos para a senadora Simone Tebet mostrar que o acórdão do Tribunal de Contas que ele apresentou não correspondia a verdade”, explicou. A redação é do site da Revista Fórum.