O presidente Jair Bolsonaro fez duas coisas em sua ‘live’ habitual de quinta-feira (26) que podem ser descritas como típicas de sua personalidade: colocar a culpa em alguém de algo grave que foi desencadeado por seu governo e conceber soluções marcadamente simplistas, ineficientes e infantilizadas para problemas complexos.
Após admitir a gravidade dos problemas que comprometem a geração de energia elétrica no país, Bolsonaro esquivou-se, como de costume, e disse que o fato ocorria em decorrência da “maior crise hidrológica da História”, colocando toda a culpa na chuva que não teria caído conforme o esperado.
Na sequência, como forma de resolver ou atenuar a situação crítica do setor elétrico, o presidente pediu para que todos os brasileiros, naquele momento, apagassem uma lâmpada. “Vou até fazer um apelo a você que está em casa agora: tenho certeza que você pode apagar um ponto de luz na sua casa agora. Peço esse favor para você, apague um ponto de luz agora”, clamou.
As contas de luz vêm registrando seguidos aumentos e figuram agora como um dos itens que mais pesam no bolso dos brasileiros, além de pressionam fortemente a inflação. A prévia do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste mês, divulgada ontem (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi a 0,89%, aumentando de forma significativa em relação ao mês de julho, quando ficou em 0,72%. A eletricidade é um dos itens responsáveis pela disparada do indicador.
Guedes não vê problema em pagar mais caro
O ministro da Economia, Paulo Guedes, na tarde de quarta-feira (25), já havia feito pouco-caso do sofrimento dos brasileiros que penam para pagar contas de luz cada vez mais altas. Com suas clássicas declarações fora da realidade, o “Posto Ipiranga” de Bolsonaro perguntou “qual era o problema de pagar mais caro a conta”.
“Se no ano passado, que era o caos, nós nos organizamos e atravessamos, por que nós vamos ter medo agora? Qual o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos? Ou o problema agora é que está tendo uma exacerbação porque anteciparam as eleições… Tudo bem, vamos tapar o ouvido, vamos atravessar”, questionou. A redação foi extraída na íntegra no site da Revista Fórum.