O desaparecimento do garoto Davi Lima Silva, de 11 anos, completou cinco meses no último sábado (28). A criança sumiu após sair da casa de uma tia, na cidade de Itiúba, norte da Bahia. Davi e os pais moram em Salvador e estavam no interior do estado a passeio, para visitar a família.
A mãe de Davi, Lilia Lima, contou ao G1 que desde que o caso aconteceu, a polícia não dá respostas sobre o paradeiro do filho dela. Por causa disso, ela e o marido contrataram detetives particulares para investigarem onde a criança foi parar.
“Dói muito não ter sequer uma resposta, viver sem saber onde meu filho está. Como uma criança desaparece assim? Ninguém viu, ninguém sabe. Todo dia eu me pergunto: ‘Meu Deus, o que aconteceu com meu filho?’. Sempre que eu posso, vou no interior, e a polícia fala que tem uma equipe investigando, que tem quatro delegados nesse caso, que estão trabalhando. Mas não me dão notícia nenhuma do meu filho”.
O portal G1 entrou em contato com a Polícia Civil, que informou que a delegacia de Itiúba segue com as investigações, mas que não pode fornecer mais detalhes porque o “procedimento corre em segredo de Justiça”.
Davi foi visto pela última vez na tarde do dia 28 de março, quando seguiu em direção à casa da avó, que fica no povoado de Varzinha, onde estava com os familiares. Os imóveis são próximos um do outro e o menino fazia o mesmo percurso com frequência.
Na época do desaparecimento, a tia do garoto – irmã de Lilia – relatou que ele estava muito agitado. Antes de sumir, Davi estava na casa dela e queria voltar para a residência da avó, mas nunca chegou ao destino. Por causa da situação, a relação da família ficou abalada.
“É um caso que envolve muito a família, porque meu filho estava com minha irmã. Eu não consigo entender o que houve, não consigo compreender. Não posso dizer que a relação [de família] é a mesma coisa, porque não é”, avaliou Lilia.
“Toda vez que eu vou questionar à minha família, para saber o que foi que aconteceu, minha família só diz que ele estava nervoso. Questiono porque não me chamaram quando ele saiu, mas nunca há uma resposta, é sempre um conflito”, desabafou a mãe da criança.
Também na época do caso, familiares disseram que uma pessoa teria ouvido gritos de socorro em uma região de mata, na localidade de Laje da Cruz, que também fica em Itiúba. Mas como essa pessoa não sabia que alguém na área estava desaparecido, não foi averiguar. Também não há detalhes se o grito foi do menino Davi.
“Minha família fica procurando culpados. Eu sou mãe, não estou procurando um culpado. Eu estou procurando saber o que aconteceu com meu filho. Eu quero encontrar meu filho vivo ou morto, preciso saber o que aconteceu. Eu não durmo direito há meses. As roupas dele, brinquedos dele, estão todos aqui, tudo em cima da cama”, disse Lilia emocionada.
“Eu não vivo mais, minha vida parou. E só a minha vida parou. Estou vegetando, em um apartamento, que a gente comprou para ele. Ele queria morar em um lugar com piscina e o pai realizou esse sonho para ele”.
O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado e faz busca na região, junto com uma empresa de segurança e outros voluntários, nos dias seguintes ao desaparecimento do garoto.
Drones foram usados para auxiliar na operação, e um helicóptero reforçou o trabalho de busca, mas Davi ainda não foi encontrado. As buscas oficiais por ele foram encerradas no dia 1º de abril, mas a família segue procurando a criança. A redação é do site G1.