A jovem militante e indígena Txai Suruí discursou na COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021), onde, com uma fala crítica, acusou os líderes mundiais de fecharem os olhos para a realidade. Porém, a jovem militante revelou que foi ameaçada por brasileiros por conta do seu discurso.
“Depois do meu discurso, fui dar algumas entrevistas, muitas pessoas queriam falar comigo, e uma parte brasileira ficou me intimidando. Ele chegou depois em um momento e falou ‘não fala mal do Brasil, porque a gente está aqui para ajudar’. Me sentir muito intimidada e não foi muito legal”, disse Suruí.
A ativista revelou que não conseguiu identificar a pessoa que a ameaçou. “Foi bem desconfortável. O Brasil, que é um dos países que sempre tiveram no centro dessa discussão, sempre um dos países mais importantes, não tem os seus representantes aqui, do governo”, criticou.
Suruí também declarou que não acredita nas promessas do governo Bolsonaro quanto ao meio ambiente. “O Brasil fala que vai colocar os povos indígenas no centro dessa discussão, vai acabar com o desmatamento, mas o que a gente está passando no Brasil é uma enorme pressão dos nossos direitos”.
Assim como apontado pelo relatório final da CPI da Covid, Suruí afirma que os povos indígenas estão sendo exterminados.
“É exatamente isso que a gente está passando, um genocídio… durante a pandemia, perdi duas avós, tios, primos. É sim um genocídio. Tudo o que a gente vem passando, toda invasão, o desmatamento que vem assolando as nossas terras indígenas”, lamentou. Com informações da Revista Fórum e UOL.
“Os povos indígenas estão na linha de frente da emergência climática”, diz Txai Suruí (@walela15), da @juventudeindig1, na cerimônia de abertura da #COP26, denunciando o assassinato de Ari Uru-Eu-Wau-Wau em abril de 2020 #AçãoClimática pic.twitter.com/YWaaq9WTFH
— Jeff Nascimento (@jnascim) November 1, 2021