O corpo de Elza Soares, que morreu aos 91 anos nesta quinta-feira (20), foi velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (21). Inicialmente, a cerimônia foi fechada para familiares e amigos, das 8h às 10h, e depois aberta ao público, das 10h às 14h.
Após o velório, o corpo de Elza foi transportado em um carro do Corpo de Bombeiros pela Avenida Atlântica até o cemitério Jardim da Saudade Sulacap onde teve o velório na Capela VIP às 15h (restrito aos familiares e amigos) e sepultamento, às 16h.
A morte da cantora foi confirmada pela assessoria. “É com muita tristeza e pesar que informamos o falecimento da cantora e compositora Elza Soares, aos 91 anos, às 15 horas e 45 minutos em sua casa, no Rio de Janeiro, por causas naturais”, diz o comunicado.
Ativa até o fim
Elza estava bem ativa nos últimos dias nas redes sociais, declarando sua torcida para a cantora e atriz Linn da Quebrada no BBB22.
“Gentem, já tô me vendo no BBB. Me enxergo inteirinha na maravilhosa Linn da Quebrada. E esse piercing igual a minha pinta da boca?! Amooo. Mulher, preta, artista, do subúrbio. E olha euzinha ali atrás dela no vídeo. Sucesso no programa, my love”, escreveu Elza no último dia 14.
Elza começou cantando sambalanço com Se Acaso Você Chegasse, em 1959, e se dedicou ao gênero nos anos 60. Nos 34 discos lançados, ela se aproximou do samba, do jazz, da música eletrônica, do hip hop, do funk e diz que a mistura é proposital.
“Eu sempre quis fazer coisa diferente, não suporto rótulo, não sou refrigerante. Eu acompanho o tempo, eu não estou quadrada, não tem essa de ficar paradinha aqui não. O negócio é caminhar. Eu caminho sempre junto com o tempo”, dizia Elza.
O último disco lançado foi Planeta Fome em 2019, e ela vinha dizendo que que não tinha planos concretos para outro álbum por enquanto. “Ainda não, mas vai surgir. Minha cabeça não para, cara”, afirmou, na época do lançamento. A única certeza é que não iria parar de cantar: “Nem de brincadeira. Parar por quê? Por que parar? Não tem por que né?”.
Filha de operário e lavadeira, Elza Gomes da Conceição nasceu em junho de 1930, no Rio de Janeiro. Foi criada na favela de Moça Bonita e, aos 12 anos, obrigada pelo pai a se casar com Antonio Soares, conhecido como Alaúde, de quem pegou o sobrenome. Aos 13, já era mãe. Aos 15, já tinha perdido um dos filhos para a fome. Aos 21, já era viúva. Redação do Correio.