A Coordenadoria Regional de Polícia de Eunápolis, no sul da Bahia, anunciou, nesta terça-feira (25), que concluiu as investigações sobre a morte da adolescente espanhola Nayra Gatti, de 14 anos, que ocorreu em dezembro de 2021, em Caraíva, distrito de Porto Seguro, também no sul do estado.
De acordo com a análise realizada pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT), o material genético encontrado na vítima é totalmente compatível com as amostras colhidas de Renan de Almeida Oliveira.
O suspeito, que tinha 50 anos, cometeu suicídio no dia 5 de janeiro deste ano, logo após ter sido ouvido pela Polícia Civil. Na ocasião, Renan de Almeida forneceu material genético para análise do DPT, o que foi feito também com outras seis pessoas.
Na manhã seguinte ao procedimento, ele foi encontrado amarrado a uma árvore do quintal de sua casa, no município de Itabela. Segundo a Polícia Civil, antes de morrer, o suspeito enviou três áudios para diferentes pessoas, onde acusava outro morador de Caraíva de ter cometido o crime. O morador acusado pelo autor do crime chegou a ser preso pela Polícia Civil.
No entanto, de acordo com a polícia, as investigações apontavam que, poucos dias depois da morte da adolescente, Renan voltou à vila e começou a se desfazer de seus pertences. Para os agentes, a ação demonstrava intenção de ir embora definitivamente do local.
Durante o depoimento, o suspeito negou que estivesse na comunidade no dia do crime, mas, após ser confrontado com provas, voltou atrás na versão. Baseado nas provas reunidas e, principalmente, no fato de que Renan era o dono do único material genético compatível com as amostras encontradas no corpo da vítima, a conclusão da polícia é que ele foi o único autor dos crimes de estupro e homicídio qualificado.
O crime
O corpo de Nayra Gatti, de 14 anos foi encontrado em Caraíva, distrito turístico de Porto Seguro, no sul da Bahia, com marcas de estrangulamento. Ela vivia em Caraíva com o pai e a irmã.
O caso gerou bastante repercussão na região. Dias após o crime, amigos e familiares da garota fizeram uma manifestação com cartazes e pedidos de justiça. O grupo se reuniu à beira do Rio Caraíva e fez uma caminhada até a praça da igreja. Os manifestantes também fizeram orações.
Também em dezembro, a atriz Giselle Itié fez uma postagem nas redes sociais, com fotos ao lado da adolescente morta. Na postagem, Giselle lamentou a morte da garota e questionou: “Será que não sabemos o que aconteceu com Nayra?”
Ainda por meio das redes sociais, a atriz não detalhou a relação que tinha com a adolescente, mas se mostrou muito próxima a ela e a irmã de Nayra.
Ainda em dezembro, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) solicitou à Justiça que determinasse, em caráter liminar, a suspensão do poder familiar dos pais da irmã da adolescente. Redação do g1 Bahia.