O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), declarou na última sexta-feira (4) que dois dos seus quatro filhos não foram vacinados contra a Covid-19. A fala gerou uma série de críticas dos soteropolitanos.
A justificativa do prefeito é que sua ex-esposa, mãe dos filhos, é contra a aplicação do imunizante em crianças. “Eu já tenho uma filha vacinada. Os outros dois moram com a mãe, que é contra a vacina. Eu venho manifestando a minha opinião favorável que é o que me cabe fazer neste momento, caso não a convença, me cabe respeitar”, disse.
A ex-exposa de Bruno Reis é a médica oftalmologista Soraya Santos, com mais de 20 anos de atuação profissional. Em seu instagram, Soraya concentra informações sobre cuidados com os olhos e risco de doenças, a exemplo da glaucoma e visão embaçada.
Em uma série de stories salvos, publicados há um ano e meio, no entanto, a ex-esposa do prefeito defendeu abertamente a hidroxicloroquina — medicamento sem comprovação científica contra a Covid-19 e bastante enaltecido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Eu, particularmente, sou uma entusiasta da hidroxicloroquina. Estou torcendo muito que dê tudo muito certo, mas percebo uma torcida muito grande para que dê tudo errado”, diz.
Há um mês, Soraya gravou um novo vídeo questionando a eficácia das vacinas. Na gravação, ela afirma que a contaminação da ômicron, variante mais transmissível da Covid-19, tem infectado muitas pessoas. E pede que seus seguidores calculem se isso se repete também nos ciclos de amizade de cada um deles.
“A verdade vindo a tona! Desafio lançado. Compartilhem o resultado. No meu ciclo de amizades, a resposta é 100%! Ou seja, dos que estão positivos, todos ( 100%) tomaram 2 ou 3 doses”, diz ela, utilizando a hashtag #verdadessecretas e com a música “Acabou”, ao fundo, cantada pela banda Jammil.
De acordo com Soraya, as vacinas são “injeções experimentais” . Mas ela também faz o alerta para que, desde os primeiros sintomas, os pacientes infectados busquem acompanhamento médico.
A médica oftalmologista também se declara contra o passaporte da vacina e o compara ao Apartheid — sistema racista na África do Sul que separava brancos e negros em espaços públicos. “Se você aceita entrar e frequentar local que exige esse absurdo, você tá dizendo amém pra algo errado. O que é certo é certo. Mesmo que ninguém esteja fazendo. No apartheid foi assim. Se você é branco e entra em um local onde negro não pode entrar, você está sendo conivente”, comparou. O Metro1 tentou contato com a médica, que não respondeu as mensagens enviadas. Com informações do Metro1.