Ex-ministro do Meio Ambiente e pré-candidato a deputado pelo PL, Ricardo Salles tirou a terça-feira (15) para espalhar fake news em defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta manhã, ele publicou uma suposta capa da revista Time que colocava Bolsonaro como “Prêmio Nobel da Paz 2022”.
“Parabéns, presidente”, escreveu Salles. Nos comentários, muitas pessoas perguntaram se a capa era real e fizeram piadas: “O que a pessoa não faz pra puxar saco!”, escreveu um. “Deixa de ser cretino. Esse tipo de mentira não cola mais”, disse outro. A publicação se trata de uma montagem, já que Bolsonaro nunca foi capa da Time.
Salles também postou em sua página oficial do Instagram uma notícia falsa da CNN que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, teria sinalizado recuo na Ucrânia e que, portanto, “a 3ª Guerra Mundial teria sido evitada por causa de Bolsonaro”.
A própria emissora veio a público declarar que se trata de uma fake news. “O ex-ministro Ricardo Salles publicou hoje (15) uma montagem que atribui à CNN a informação de que o presidente Jair Bolsonaro evitou ‘a 3ª Guerra Mundial’. Na postagem fake, a frase mentirosa entra como suposta causa do recuo do presidente da Rússia, Vladimir Putin, para invasão da Ucrânia”, escreveu a empresa.
“A sinalização de Putin tem sido veiculada pela CNN desde ontem. A imagem publicada por Salles foi compartilhada por grupos bolsonaristas. Mais cedo, o presidente Bolsonaro publicou uma imagem em que a CNN Brasil informa o recuo de Putin”, continuou.
Bolsonaro transmite ao vivo chegada em Moscou
Para incitar os apoiadores, Bolsonaro transmitiu nas redes sociais nesta manhã sua chegada a Moscou, onde foi recebido por autoridades. Ele tem um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, e uma reunião com empresários nesta quarta-feira (16).
Desta vez, o mandatário estava usando máscara de proteção contra a Covid-19, item que dispensa em quase todas as suas viagens no Brasil. A viagem do presidente brasileiro para a Rússia ocorre em um momento em que o país europeu protagoniza uma crise diplomática internacional que tem mobilizado as principais potências do mundo.
Apontada por praticamente todos os especialistas em Relações Internacionais e ex-membros da diplomacia brasileira como uma trapalhada exibicionista, a viagem oficial à Rússia em meio a um dos momentos mais delicados no planeta nas últimas décadas, para alguns, servirá apenas para mostrar como o Brasil se tornou pequeno perante a comunidade internacional.
Polônia não quis receber Bolsonaro
Bolsonaro mostrou interesse em ir para a Hungria e Polônia depois de sua visita à Rússia, mas recebeu uma resposta negativa de Jakub Kumoch, o assessor para temas internacionais do presidente polonês, Andrzej Duda.
Segundo apuração do Valor Econômico, o governo polonês respondeu que Duda não tinha espaço na agenda em fevereiro para receber o presidente brasileiro. A mensagem foi de que o governo polonês estava em intensa atividade diplomática focada na situação dramática causada pela ameaça da Rússia de invadir a vizinha Ucrânia.
A diplomacia brasileira tentou forçar um pouco, jogando a carta de que Bolsonaro iria à Hungria. O assessor polonês retrucou que “a Hungria não é a Polônia” e propôs que a visita fosse em março.
“De forma profissional”, conforme relatos, os poloneses não vincularam a recusa à ida de Bolsonaro a Moscou. Uma fonte diz que a relação Brasil-Polônia é de “beijo no rosto”, há muita convergência de visões do mundo entre os dois presidentes, mas a prioridade em Varsóvia é a possível guerra. Com informações da Revista Fórum.