O investigador Yago da Franca Sousa Avelar, de 39 anos, morto em acidente com uma viatura na BA-, trecho entre, foi enterrado, na sexta-feira (18) com salvas de tiros de balas de festim, efetuados por agentes do Centro de Operações (COE). Na ocasião, um oficial do Exército Brasileiro iniciou, em seguida, o toque do silêncio, para então o caixão com a bandeira da Polícia Civil seguir para o sepultamento.
Ele foi a terceira vítima do acidente que ocorreu no dia 4 de fevereiro. As vítimas estavam em uma viatura, que capotou. Os outros dois policiais mortos foram identificados como Kleber Correia Cardoso, 42 anos, e Matheus Guedes Malta Argolo, de 31. Além deles, quatro presos sofreram ferimentos.
Yago foi enterrado por volta das 11h no cemitério Bosque da Paz, na Estrada Velha do Aeroporto, em Salvador. Por conta dos protocolos da covid-19, o velório foi realizado no salão do crematório.
O policial estava internado no Hospital Geral do Estado (HGE) desde o dia 4 de fevereiro, data do acidente, e apesar da sua morte ter sido divulgado no dia seguinte, a Polícia Civil voltou atrás e informou que os médicos resolveram realizar novos exames antes de atestar morte cerebral. Ele era casado e não deixa filhos.
Ele foi aprovado no concurso da Polícia Civil de 2018, ingressou no quadro da instituição em outubro de 2020 e foi designado para servir no Departamento de Polícia do Interior (Depin), no município chapadeiro de Seabra. Os outros dois policiais também eram lotados na 13ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Seabra).
Sepultamento
O sepultamento contou com a presença de muitos policiais, militares e penais, chegando a cerca de 150 pessoas. A delegada-geral Heloísa Campos de Brito lamentou a perda. “Um doce de policial. Uma pessoa muito tranquila. Sempre prestativo com os colegas. Ele foi meu aluno na academia. Era o sonho entrar na Polícia Civil”, lamentou em entrevista ao Correio 24 horas.
O diretor do COE, delegado Marcos César da Silva, também falou sobre a morte do policial. “É muito triste. Um cara muito jovem. Isso nos faz pessoal refletir sobre a valorização do nosso. A gente de casa, mas não sabe se volta”, disse. Ainda esteve presente também o secretário de Segurança Pública (SSP) Ricardo Mandarino.
Ainda em relação à homenagem, em um determinado momento do sepultamento, o som instrumental como em velórios foi substituído pelo berimbau e pelas palmas sincronizadas. Entorno do caixão, músicas do gênero da capoeira foram cantadas por mestres e alunos de que conviviam com o policial em Itapuã, onde ele desenvolvia atividades percussivas.
Acidente
Na ocasião, o veículo da polícia seguia para Salvador quando sofreu o acidente. Com o impacto, o carro teve o eixo traseiro e a roda dianteira arrancados, ficando completamente destruído. Pelas imagens, é possível ver que o veículo chegou a capotar.
Falso policial
Em meio à internação de Yago, um homem, identificado como Fábio dos Santos Virgem, foi preso enquanto se passava por médico, para ter acesso às informações sobre o estado de saúde dele. Segundo a família, o suspeito era amigo de infância do policial. Ele utilizava jaleco e estetoscópio para ter acesso à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e divulgada informações sobre o estado de saúde do policial.
Segundo a defesa do suspeito, Fábio é estudante de medicina e nunca se apresentou como profissional formado. No entanto, o investigado afirmou em vários áudios para a família da vítima que seria médico e que seria diretor cirúrgico da Organização das Nações Unidas (ONU). Ele foi solto após pagamento de fiança e vai responder por exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica. Jornal da Chapada com informações de Correio 24 horas e G1 Bahia.