Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) estimulam clubes de tiro a usar imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como alvo.
Lula aparece em uma imagem preto e branca com as marcações de um alvo apontando a arma na cabeça de um refém. De acordo com informações da revista Crusoé, alguns estabelecimentos já aderiram.
Eduardo Bolsonaro e o clube de tiro nazista
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) tirou foto em 2016, no clube de tiro 88 Tactical. Na ocasião, ele foi a uma feira de armas com a camisa do clube, que trazia sobre o tecido cinza uma águia vermelha que carrega no peito um distintivo com o número 88.
O 88 ostentado pelo deputado e que dá nome à marca está no centro de uma controvérsia: esse e outros símbolos usados pelo clube de tiro americano são também utilizados por grupos neonazistas e supremacistas brancos.
O 88, por exemplo, é empregado por neonazistas para se referirem à saudação “Heil Hitler”, numa aliteração de HH (H é a oitava do alfabeto e soa, em inglês, como oito).
Em uma foto tirada na ocasião, o deputado federal aparece segurando um rifle rente ao peito, posicionado de forma que deixa visível o logotipo estampado em sua camisa.
O 88 da Tactical tem sido alvo de associações com neonazismo desde 20112. Na época, o clube ganhou projeção — e críticas — através de uma produção da Netflix chamada Doomsday Bunkers, que mostrou abrigos subterrâneos fortemente armados nos Estados Unidos.
As acusações, contudo, não se restringem ao número utilizado pelo do clube. A logomarca do Tactical é um pássaro que se assemelha a uma águia carregando o numeral de asas abertas e com a face virada para o lado direito. No brasão do partido nazista alemão havia uma águia adornada pela suástica virada para o mesmo lado.
Loja de airsoft
Uma loja de airsoft – esporte que estimula situações militares –, usou em 2017, caricaturas dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff como alvos para atiradores. A loja, que fica num shopping de Recife, causou um pandemônio nas redes com a sua manifestação de ódio, provocando ameaças de manifestações e, por conta disso, encerrou a “promoção”. Com informações da Revista Fórum.