O atrito entre o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o senador Jaques Wagner (PT), culminou, além do rompimento do vice-governador João Leão (PP) com a aliança governista, no abalo também do palanque do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Bahia. Aliados responsabilizam ambos pelo desmonte da coligação que sustenta o governo e pela ausência de um nome competitivo para a disputa das eleições.
Os petistas ainda acusam os dois de facilitar a campanha do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil). Na semana passada, João Leão oficializou a pré-candidatura ao Senado na chapa de Neto e o PP é o segundo partido da Bahia em números de prefeitos, além de ter uma das maiores bancadas da Assembleia Legislativa. A ruptura do PP com o grupo governista foi após um pacto ser quebrado, no qual Leão assumiria por nove meses o governo do estado e Rui se candidataria ao Senado.
Nesse meio tempo, Wagner permitia que mantivesse sua pré-candidatura. Contudo, em fevereiro, Rui informou a existência de um acordo no qual Otto seria o candidato a governador. Porém, Otto negou que tivesse concordado em disputar o governo. Agora, com a permanência de Rui no cargo, o PP saiu da aliança e ameaça engrossar a oposição. Ao sair do governo, o PP entregou três secretarias e outros cargos de segundo escalão.
Agora, aliados apostam que Rui Costa usará espaços livres para conquistar apoio de partidos que ainda não firmaram vínculo com ACM Neto ou com Jerônimo Rodrigues, secretário da Educação da Bahia indicado pelo PT para a disputa ao governo após a desistência de Wagner. Na tentativa de amenizar a crise, o ex-presidente Lula pode desembarcar na Bahia nas próximas semanas para lançar Jerônimo Rodrigues como pré-candidato a governador e Otto Alencar para a reeleição no Senado. Jornal da Chapada com informações de texto base de Folhapress.