A morte do jovem Lucas Vargas Terra, que foi estuprado e queimado vivo em Salvador, completa 21 anos nesta segunda-feira (21). Apenas um dos três suspeitos de envolvimento no crime, o pastor Sílvio Galiza, foi condenado, mas está em liberdade condicional desde 2012. A família da vítima segue pedindo justiça e cobrando o julgamento de dois ex-bispos, que também são acusados do crime.
Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda foram denunciados a partir do depoimento de Galiza, em 2008, ainda aguardam julgamento. O crime contra o adolescente Lucas Terra aconteceu em março de 2001, dentro de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho. Na época, a vítima tinha 14 anos e foi estuprada antes do assassinato. Lucas foi queimado enquanto estava vivo.
Na época, o pai da vítima apontou como motivo para o crime o fato do seu filho ter flagrado os pastores Joel e Fernando tendo relações sexuais, com base no testemunho de Galiza, dado depois da condenação. Em 2008, o pastor Fernando Aparecido da Silva chegou a ser preso, mas em poucos meses, passou a responder o processo em liberdade. Na época, Joel Miranda era pastor da Igreja Universal, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, e agora comanda uma igreja no Rio de Janeiro.
Já Fernando Aparecido, que trabalhava no Templo da Pituba, é pastor em Minas Gerais. Em novembro de 2020, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu que os pastores vão a júri popular. A data do julgamento ainda não foi marcada por causa da pandemia da Covid-19. Sílvio Galiza checou a cumprir sete anos de prisão, até ser posto em liberdade condicional.
Morte do pai de Lucas
José Carlos Terra, de 65 anos, pai de Lucas Vargas Terra, morreu em fevereiro de 2019, no Hospital Ernesto Simões, em Salvador. Ele estava internado na unidade e teve uma parada respiratória decorrente de uma cirrose hepática, diagnosticada um ano antes.
Na época, a mãe de Lucas – Marion Terra – disse que ele teve o estado de saúde agravado em novembro de 2019, após receber a notícia de que a decisão que indicou o envolvimento do bispo Fernando Aparecido da Silva na morte do filho havia sido anulada pelo Ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), por falta de provas. Com informações do g1 Bahia.