Nesta quinta-feira (14) é dia de celebrar a segunda bebida mais consumida no mundo, o café. A Chapada Diamantina, precisamente Piatã e Seabra, tem se destacado na valorização e produção de cafés especiais. E na Bahia, a agricultura familiar comemora esse dia com mais renda para produtores, que hoje têm a possibilidade de agregar valor às sacas de café, devido à melhoria na qualidade dos grãos. Um grande salto para a cafeicultura baiana.
A Cooperativa de Cafés Especiais e Agropecuária de Piatã (Coopiatã) celebra os avanços e valorização do produto. Os cafés especiais já são referência internacional, premiados no Cup Of Excellence Brazil. Lá, o Bahia Produtiva destinou R$2,8 milhões para beneficiamento, manejo, criação de microusina e aquisição de máquinas para o cultivo do café.
Já em Seabra, o café da Cooperativa de Produtores Orgânicos e Biodinâmicos (Cooperbio) é exportado para a Alemanha, Inglaterra, Austrália e Lisboa e comercializado em cafeterias de Salvador, São Paulo e Brasília. Pelo projeto, foram realizados investimentos de R$3,7 milhões nas unidades de armazenamento e de classificação de grãos de café, em utensílios para laboratório de provas, loja e caminhão, para o escoamento da produção.
Tudo isso é resultado de investimentos do Governo do Estado, por meio do projeto Bahia Produtiva. São mais de R$ R$28,4 milhões aplicados neste sistema produtivo, desde a produção até a comercialização.
De acordo com o secretário da SDR, Jeandro Ribeiro, esse recurso aplicado em associações e cooperativas vêm diversificando a produção, melhorando a qualidade do produto e estruturando os empreendimentos para alcançar novos mercados do Brasil e do exterior. “A Bahia se destaca na produção tanto de café arábica quanto de conilon e, também, é um grande consumidor. Por isso, estamos investindo neste segmento, buscando inserir a agricultura familiar no mercado, que antes não se fazia presente e ainda com cafés especiais. E estamos deslanchando”.
A Bahia é o quarto maior produtor de café do país e o município de Barra do Choça é o maior produtor individual de café arábica do Norte e Nordeste do Brasil, de acordo com dados da Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE (2019). Lá, está localizada a Cooperativa Mista dos Cafeicultores de Barra do Choça (Cooperbac), referência na produção de café no estado.
Os avanços, serviços e produtos ofertados pela Cooperbac geram emprego e renda para cerca de nove mil pessoas, direta e indiretamente, fortalecendo a economia local. Hoje, a cooperativa produz desde o café popular até o premium e se prepara para colocar no mercado o café orgânico.
O Bahia Produtiva já destinou R$5,4 milhões para a Cooperbac na base de produção, aquisição de estufas, equipamentos, assistência técnica e extensão rural (Ater), implantação da unidade de processamento e torrefação de café, incluindo o desenvolvimento de embalagens e rótulos e outras estratégias para o acesso a mercados.
Na cooperativa também foi implantado o Laboratório de Classificação Sensorial de Café, onde são certificados e emitidos laudos técnicos, que habilitam o produto da Cooperbac para a comercialização junto a grandes marcas nacionais de café.
O resultado pode ser conferido em números. Até 2017, a Cooperbac produzia sete toneladas de café por ano e incluía 150 famílias beneficiadas. Atualmente, produz 16,8 toneladas de café por ano, contando com 324 famílias associadas e com quatro marcas registradas de café. Os cooperados chegam a receber renda mensal entre R$3 mil e R$8 mil, cada um.
A presidente da cooperativa, Joara Oliveira, explica que agricultores que antes vendiam seus cafés em cereja com preços baixos, agora estão tendo a possibilidade de agregar 40% a mais por saca de café, pelo fato de agora estarem beneficiando da forma correta. “Agora há consciência de que se fazendo um café melhor e sustentável aumentam os ganhos e, consequentemente, melhoram a vida. A perspectiva de produção desse ano é de 250 mil sacas de 60 quilos, com melhor qualidade, devido aos investimentos. Para 2023, devemos ultrapassar 300 mil sacas. Depois do Bahia Produtiva alguns agricultores passaram a produzir café selecionado e devem aumentar R$400 reais em cada saca”. Texto de assessoria adaptado para o Jornal da Chapada.