A Varíola do Macaco se espalha pelos continentes e traz novo pânico às pessoas e às autoridades sanitárias, visto que o mundo ainda vive sob a pandemia do coronavírus. Além dos casos identificados na Europa, EUA e África, a Argentina registrou o primeiro caso da Varíola do Macaco em um cidadão que passou pela Espanha, que tem registro de surtos. Dessa maneira, dizem médicos epidemiologistas, a chegada do vírus no Brasil é uma questão de tempo.
Em entrevista à Revista Fórum, o deputado federal e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT-SP), declarou que o momento é de alerta e que os profissionais de saúde precisam ser orientados. “Nós estamos em um momento de estado de alerta. Esse tipo de doença já causou outros surtos não só na África, onde ocorrem os maiores, mas também nos Estados Unidos, em 2003. É uma doença que tem uma forma de transmissão mais lenta do que a Covid-19”, explica.
O deputado, que é médico sanitarista, afirma que “o fundamental é todo profissional de saúde estar orientado sobre os sinais de sintoma dessa doença. Estar orientado a suspeitar dessa doença de qualquer pessoa que tenha vindo dos países onde está identificado o surto e que esteja orientado a identificar e orientar o mais rápido possível”.
Anvisa e Ministério da Saúde anunciam medidas de contenção do vírus
O Ministério da Saúde emitiu um comunicado na noite desta terça-feira (24) onde revela que uma Sala de Situação foi criada para monitorar o cenário da varíola dos macacos no Brasil. Segundo o ministério, “a medida tem como objetivo elaborar um plano de ação para o rastreamento de casos suspeitos e na definição do diagnóstico clinico e laboratorial para a doença”.
A pasta também informa que “até o momento não há notificação de casos suspeitos da doença no país” e que encaminhou aos estados “o Comunicado de Risco sobre a patologia, com orientações aos profissionais de saúde e informações disponíveis até o momento sobre a doença”.
“A vigilância de doenças com potencial para emergência em saúde pública é monitorada pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional), que atua de forma permanente, detectando informações 24 horas por dia. A varíola dos macacos é uma doença viral endêmica no continente Africano, com transmissibilidade moderada entre humanos”, finaliza o comunicado do Ministério da Saúde.
Por sua vez, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em comunicado divulgado na noite desta terça-feira (24), desmentiu que tenha recomendado isolamento e reforçou as medidas nos aeroportos que já são aplicadas para conter o coronavírus e outras doenças.
Sobre a Varíola do Macaco em específico, a Anvisa replicou as orientações do ECDC (Europa) e CDC (Estados Unidos): uso de máscara, higiene das mãos e isolamento das pessoas infectadas e daquelas que tiveram contato com pessoas contagiadas. Por fim, a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um sinal de alerta e informou que segue monitorando os casos da Varíola do Macaco. Com informações da Revista Fórum.