Em entrevista coletiva no Recife, para falar sobre a tragédia dos mortos pelas chuvas em Pernambuco, Jair Bolsonaro (PL) comentou a ação dos policiais rodoviários federais em Sergipe, que mataram Genivaldo de Jesus Santos por sufocamento em abordagem em que ele foi amarrado e colocado no porta-malas, onde foi jogada uma bomba de gás lacrimogênio.
Ao ser indagado sobre a questão, Bolsonaro equiparou o caso à morte de dois PRFs em Fortaleza, que foram assassinados após um homem roubar a arma de um deles durante a abordagem atabalhoada. Em seguida, Bolsonaro atacou a “Globo” e jornalistas e se referiu a Genivaldo, que sofria de esquizofrenia, como “marginal”.
“Eu lamento o ocorrido há duas semanas aproximadamente com dois policiais rodoviários federais que, ao tentar tirar um elemento da pista, ele conseguiu sacar a arma de um deles e executou os dois. A Globo chamou esse bandido de suspeito. E o outro policial, de outra esfera, ao abater esse marginal, realmente foi numa linha completamente diferente”, disse.
Bolsonaro ainda falou que “lamenta” o ocorrido nos dois episódios, mas que não se pode generalizar ao trabalho feito pela Polícia Rodoviária Federal que, segundo, ele é “excepcional”. “Então, para efeito isonômico, vai ser seguida a lei. Lamento o ocorrido nos dois fatos, nos dois episódios. A gente lamenta muito o ocorrido. Não podemos generalizar o que ocorre em nosso Brasil. A PRF faz um trabalho excepcional para todos nós”.
Ao final, ele voltou a atacar os jornalistas, dizendo que eles “têm lado”. “Vai ser feito justiça sem exagero e sem pressão por parte da mídia, que sempre tem um lado, o lado da bandidagem, como lamentavelmente grande parte de vocês se comportam, tomam as dores do outro lado”. Em resposta protocolar antes do presidente, o ministro da Justiça, Anderson Torres disse que as investigações foram abertas e não há o que falar sobre o crime ocorrido em Sergipe.
“Em relação aos fatos ocorridos em Sergipe, tanto o processo administrativo no âmbito da PRF e o inquérito policial na PF foram instaurados, os procedimentos estão acontecendo, a apuração será mais breve possível. E enquanto não houver a conclusão não há o que dizer, não há o que se falar. O que tinha que ser feito pelo Estado foi feito e agora é aguardar a finalização”, disse o ministro. Extraído da Revista Fórum.
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