Levantamento divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que a renda do brasileiro teve queda recorde e é a menor em 10 anos. A pesquisa do IBGE aponta queda generalizada entre as diversas fontes de renda que compõem a renda do brasileiro entre os anos de 2020 e 2021. Para o instituto, a extinção do Auxílio Emergencial afetou sobremaneira o bolso do brasileiro e fez com que a renda atingisse o menor valor histórico e aumentou o número de pessoas que vivem sem qualquer fonte de renda.
O rendimento mensal médio real de todas as fontes passou de R$ 2.386 em 2020 para R$ 2.265 em 2021, patamar mais baixo desde 2012, quando teve início a série histórica da pesquisa e, à época, era estimado em R$ 2.369, com o desconto da inflação. O que representa uma queda de 5,1%. O IBGE revela que aumentou de 38,7% para 40,2% a proporção de pessoas com rendimento oriundo do trabalho, mas o rendimento médio do trabalhador teve queda de 4,6%. Além disso, a proporção de pessoas com outros rendimentos, que inclui os programas assistenciais como Bolsa Família e o Auxílio Emergencial caiu de 14,3% para 10,6%, o que provocou uma queda de 30,1% da média oriunda desse tipo de fonte.
58,7% dos brasileiros convivem com insegurança alimentar
O governo Jair Bolsonaro (PL) levou o Brasil de volta ao mapa da fome, que hoje atinge 33,1 milhões de pessoas – número superior ao de 1993, quando 32 milhões não tinham o que comer. Estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) divulgado nesta quarta-feira (8) revela ainda que mais da metade da população convive com algum tipo de insegurança alimentar.
De acordo com o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, 58,7% dos brasileiros não têm acesso a uma alimentação adequada devido à renda. Em números absolutos, são 125,2 milhões de brasileiros nessas condições, aumento de 7,2% em relação a 2020, início da pandemia de Covid-19.
No Nordeste, a insegurança alimentar atinge 71,6% da população e no Norte 68% – cerca de 7 a cada 10. A fome fez parte do dia a dia de 25,7% das famílias na região Norte e de 21% no Nordeste. A média é de aproximadamente 15% no Sudeste e 10% no Sul. Segundo dados do IBGE, a insegurança alimentar caiu drasticamente desde 2004, segundo ano do primeiro mandato do governo Lula. À época, atingia 34,9% das famílias, caiu para para 30,2% em 2009 e atingiu 22,6% em 2013. Com informações da Revista Fórum.