O Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou que vai apurar as denúncias de internos da Fundação Doutor Jesus, presidida pelo deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante). Dentre as denúncias estão castigos físicos, racionamento de comida, segregação e repressão sexual.
Os internos ainda denunciaram casos de homofobia e transfobia. Eles dizem que os homossexuais dormem em quartos separados dos heterossexuais e são xingados até “virarem homens”. Em um vídeo gravado por um interno, o deputado foi flagrado fazendo um discurso homofóbico. “Cabelinho quer rapar! Vai procurar um jegue, sacana. Você nasceu foi macho, rapaz”, disse o deputado.
Em outro momento, ele afirma que pessoas trans são diabólicas. “Você deixou o diabo lhe enganar. Você deixou o médico cortar o seu pé de sofá. Ela pensa que tem ‘bilau’. O diabo diz ao homem que ele pode ser mulher, aí ele se veste todo, bota silicone…”, contou.
A fundação é uma das comunidades terapêuticas que recebem dinheiro do Poder Público para acolher dependentes químico. Entre os anos de 2015 e 2022, recebeu da Secretaria Estadual de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social mais de R$ 85 milhões.
Apenas em 2020, foram mais de R$ 16 milhões, e em 2021, mais de R$ 19 milhões. Ao todo, nesse período, foram 69 repasses. Os três maiores foram em fevereiro deste ano, em dezembro e em maio do ano passado. Os recursos são para a execução do Projeto Ararat Cinco, que visa o acolhimento de mil pessoas, usuárias de álcool, crack e outras drogas. Jornal da Chapada com informações de g1 Bahia.