A esposa do atirador bolsonarista Jorge Guaranho que assassinou o guarda municipal e dirigente do PT Marcelo Arruda, em Foz de Iguaçu, confirmou que o marido gritou “Bolsonaro Mito”, mas negou motivação política para o crime. A declaração aconteceu em entrevista à RPC.
“O que motivou ele a voltar lá foi essa agressão, que ele se sentiu agredido, né, que ele se sentiu ameaçado, a família ameaçada. Então, por ele ter voltado lá, não tem nada a ver com Lula, não tem nada a ver com o Bolsonaro. A minha família, meu padrasto, minha mãe, eles votaram no Lula, entendeu? Nós conhecemos várias pessoas de outras famílias, nós fazemos churrasco”, declarou a esposa de Jorge Guaranho.
No último sábado (9), Jorge Guaranho, que é policial penal federal, invadiu a festa de aniversário de Marcelo Arruda, que tinha como tema o ex-presidente Lula e o PT, e o assassinou a tiros.
De acordo com ela, o marido foi fazer uma ronda no local e tomou conhecimento da festa. Ainda segundo ela, ao chegarem no local, tomava no carro uma música que Jorge Guaranho sempre ouvia e que tem entre as frases “o mito chegou e o Brasil acordou”. Segundo a esposa, ao ouvir a música, os participantes do aniversário teriam se incomodado e a confusão começou. Nesse momento, Jorge Guaranho gritou: “Bolsonaro mito!”.
“Quando ele falou Bolsonaro mito, a pessoa que estava lá dentro, que creio eu era aniversariante, pegou terra e pedras e tacou no nosso carro. Nesse momento eu me senti ameaçada, porque, ambos policiais, e aquela discussão acalorada. Eu abri a porta e implorei pelo meu filho, ‘por favor moço, estou com meu bebê aqui, estou com meu filho aqui!’, aí meu esposo acelerou o carro e foi”, relata.
Apesar dela dizer que a briga não teve motivação política, ela afirma que a discussão esquentou quando o marido falou de Bolsonaro. Ela ainda reforça que Guaranho apoia Bolsonaro, mas que não é fanático.
“Eram xingamentos, né? Em relação à política, em relação ao político, a Bolsonaro, a Lula, a não sei o que e tal. E o meu esposo falou ‘Bolsonaro mito’, e daí que acalorou um pouco mais ainda a situação né? Porque, como ele passou com a música, o pessoal se ofendeu lá dentro e começou a xingar ele né”, comenta. Jornal da Chapada com informações de Revista Fórum e RPC.