A Chapada Diamantina é considerada um paraíso da geologia no Brasil. No local, evidências mostram que já existiram desertos, geleiras, vulcões, mares e rochas mais antigas da América do Sul, com 3,65 bilhões de anos, segundo edição deste ano da revista Pesquisa Fapesp.
Não por coincidência, dos quatros projetos de criação de geoparques da Unesco na Bahia (CPRM), quatro propostas estão na Chapada Diamantina. A ciência e a atividade turística caminham lado a lado na região. Para além de projetos científicos ou turísticos, os geoparques também são sociais, e a ideia é promover a conservação pelo meio do empoderamento da população local e da redução das desigualdades.
Hoje existem 177 geoparques comunitários da Unesco em 46 países. Três estão no Brasil: o do Araripe, no Ceará; o do Seridó, no Rio Grande do Norte; e o Caminhos dos Cânions do Sul, entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Das quatro propostas de geoparques na Chapada Diamantina, a mais avançada é a da Serra do Sincorá, que já implementou com uma entidade sem fins lucrativos sua, a Associação Geoparque Serra do Sincorá – AGS. O projeto ainda prevê uma área de 6,313 km² que engloba os municípios de Andaraí, Lençóis, Mucugê e Palmeiras, e uma população de 44 mil habitantes.
“Na Chapada há cânions de cachoeiras em que é possível observar seções completas de fundo de mar, com sedimentos finos no topo e areia com conchinhas no fundo”, explica a geóloga e professora da USP Adriana Alves. “Em um geoparque, placas explicam a origem das coisas, contextualizando a evolução da Terra e da vida”, completa Alves.
A espera é que o Geoparque Serra do Sincorá dobre o turismo na região. Contudo, os geoparques acompanham o desenvolvimento socioeconômico das comunidades e especialistas frisam que consequentemente provoca impacto ao meio ambiente. Logo, o problema com o impacto ambiental deve ser uma dos projetos próximos como esse. Jornal da Chapada com informações de texto base de Folha de São Paulo.