Os temas, escritores, pensadores e artistas indígenas se destacaram na Feira Literária de Mucugê (Fligê), que aconteceu entre quarta-feira (10) e domingo (14). O evento contou com mesas literárias, expografias e shows que fizeram parte da programação da Feira Literária de Mucugê.
O escritor Daniel Munduruku abriu as sessões literárias da Fligê na quinta-feira, abordando sobre os povos originários. Na ocasião, ele abordou sobre literaturas, ancestralidades, e sobre o poder de preservar as memórias, viver o presente e celebrar outras formas de narrar o tempo.
Também na quinta-feira, a expografia intitulada ‘E(m) trançados sonhos’, que aconteceu no Espaço Retomada, contou com a exposição do Manto Sagrado Tupinambá. O objeto foi produzido por Glicélia Tupinambá, cuja inspiração veio do encontro com o manto original durante a exposição dos 500 anos.
A terceira mesa aconteceu no Centro Cultural, na sexta-feira, e abordou o tema ‘Narrativas indígenas: saberes (sobre) vivências’. O evento contou com a mediação de Jesuína Tupinambá e a participação da escritora, pedagoga e advogada, Denizia Kawany Fulkaxó; da aldeia Serra do Padeiro, localizada na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, envolvida nas causas políticas e espirituais dos Tupinambás, Glicélia Tupinambá e para o jornalista, graduando em filosofia e mestrando em estudos africanos, povos indígenas e culturas negras, hoje pesquisador e escritor, Nankupé Tupinambá Fulkaxó, Nankupé Tupinambá Fulkaxó.
“É importante que outras pessoas não falem por nós, mas que dêem espaço para falarmos”, afirmou Jesuína. A sexta-feira foi finalizada com a musicalidade de Gean Ramos.
O evento ainda contou com uma programação infantil. A tarde de sábado da Fligêzinha foi marcada pela contação de histórias de lendas e contos indígenas, realizada pela escritora Denízia Kawany Fulkaxó, descendente das etnias Fulni-ô, Kariri e Xocó. As crianças presentes no evento puderam aprender mais das histórias dos povos indígenas do Brasil, além de conhecer músicas e danças do povo Fulkaxó.
Durante o evento, a escritora narrou uma história sobre “A cura do mundo – povos da floresta” e sorteou adereços artesanais indígenas e também o seu livro “Kariri Xocó – Contos Indígenas” para crianças que acertassem perguntas relacionadas ao conto. Além disso, Denízia também ensinou ao público infantil e adulto canções e danças dos povos originários. “Tudo isso que eu faço aqui é para transformar, para reflorestar, decolonizar, e eu me sinto muito orgulhosa de ver todos vocês aqui”, afirmou a escritora.
Jornal da Chapada