Mateus Brito, o jovem agente comunitário rural de ‘Queimada Nova’, no município chapadeiro de Morro do Chapéu, prospera a herança da comunidade tradicional remanescente de quilombola. Ele atualmente é estudante do curso de Ciências Agrárias pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), em Amargosa. O rapaz é motivo de orgulho para o seu pai Genildo Oliveira de Brito. E o conhecimento das técnicas é compartilhado entre os dois.
“As técnicas hoje são bem diferentes das que eu aprendi com meu pai. Hoje já se faz análise de solo, compostagem, irrigação por gotejamento, tabela de precisão em relação à adubação das culturas… e eu fico bem tranquilo com as técnicas usadas por eles, porque são eles que cuidam da roça. O meu maior orgulho é saber que eles estão sempre comigo e que eu consegui dar estudo e ver o que eles se tornaram”, celebra Genildo. Mateus é formado em técnico em agropecuária. “Hoje, eu sou ACR com um orgulho imenso, trabalhando com pessoas com vivências próximas a minha e ajudando o meu pai nos plantios irrigados”, conta Mateus.
“Hoje eu faço faculdade de Ciências Agrárias, por conta do meu pai, que sempre me incentivou. A primeira coisa que ele falou e que eu levo comigo é que temos que respeitar a terra e seus recursos naturais, observar a natureza, a lua. Agradecemos a ele por sua coragem e luta”, reconhece Mateus. Na Associação dos Produtores Remanescentes do Quilombo Queimada Nova, território Chapada Diamantina, a assistência técnica é prestada pelo Centro de Formação e Organização Comunitária (Ceforc) e pelo ACR.
Além da assistência, os investimentos na comunidade, que incluem a implantação de uma nova casa de farinha e a entrega de galinheiros para a avicultura, são realizados via Bahia Produtiva, projeto do Governo do Estado, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Banco Mundial.
Jornal da Chapada