Um mistério tomou conta das redes sociais durante o debate da Band na noite de domingo (16). Na ocasião, Luiz Inácio Lula da Silva mostrou um papel para seu adversário, Jair Bolsonaro (PL). O conteúdo, no entanto, não foi divulgado, já que o petista não comentou o tema e não exibiu o documento para as câmeras, seguindo determinação da organização do programa.
Analisando as imagens e utilizando o ‘zoom’ foi possível detectar o que tinha no papel se trata da versão impressa de uma matéria do portal G1, assinada pelos jornalistas Andréia Sadi e Octavio Guedes, que relembra um discurso de Bolsonaro de 1992, de quando ele era deputado federal e citou a pílula do aborto como solução para controle de natalidade. À época, o então parlamentar falava sobre um medicamento que a China passaria a distribuir para os cidadãos para controlar a explosão populacional.
“É preciso, portanto, que todos tenhamos os pés no chão e passemos a tratar desse tema (controle da natalidade) sem demagogia sem interesse partidário ou eleitoreiro, porque de nada adiantam nossas convicções religiosas, políticas ou filosóficas, quando se está em jogo, sem dúvida, uma questão bem mais grave”.
Ao exibir o papel para Bolsonaro durante o debate, Lula afirma: “Esse aqui é você”. O atual presidente olha para o documento e parece que se assusta com o que vê.
Bolsonaro quis abortar Jair Renan
A campanha de Jair Bolsonaro (PL) disparou mensagens em massa nos dois dias que antecederam o 1º turno da eleição. O conteúdo, que foi recebido por milhões de pessoas no WhatsApp, dizia que Lula era a favor do aborto e iria mudar a atual legislação brasileira sobre a questão, além de fechar igrejas. As informações são notadamente falsas.
Em uma entrevista para a revista Istoé, Bolsonaro já disse ser favorável ao aborto e afirmou que sua primeira experiência sexual foi com uma prostituta. “O aborto tem que ser uma decisão do casal”, afirmou ele. A jornalista então perguntou se o político já tinha passado por alguma situação que exigisse essa definição.
“Já. Passei para a companheira. E a decisão dela foi de manter a criança. Está ali, ó”, respondeu o presidente, apontando para uma foto de Jair Renan, filho que ele teve com Ana Cristina Valle. Na época, o filho 04 do presidente era um bebê.
Além de defender o aborto de Jair Renan, prática condenada pelos católicos e evangélicos, Bolsonaro relutou em assumir a paternidade da criança. Cristina foi amante de Bolsonaro quando ele ainda era casado com a mãe de Eduardo, Flávio e Carlos. Um trecho do livro da repórter Juliana Dal Piva descreve o episódio:
“O filho de Cristina nasceu às 10h55 do dia 10 de abril de 1998, na Casa de Saúde São José, em Botafogo. Cristina foi a responsável por registrar o filho no cartório: ‘Renan Valle’. O campo ‘pai’ no documento ficou sem identificação. O bebê era mais um brasileiro de ‘pai desconhecido’ ou ‘não declarado’ na certidão de nascimento. O reconhecimento da paternidade só veio depois de um exame de DNA, que comprovou que Jair era de fato o pai de Renan”. Com informações do Pragmatismo Político.