A Polícia Civil está solicitando nesta quinta-feira (20) ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) que seja feita análise das imagens do show de Seu Jorge em Porto Alegre. A apresentação ocorreu na última sexta-feira (14). O objetivo é que os peritos consigam melhorar a qualidade dos áudios para confirmar se alguma manifestação racista foi gravada.
Todas as imagens obtidas nas redes sociais e também as que foram enviadas pelo próprio GNU foram anexadas ao inquérito da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância. Inicialmente, a delegada Andrea Mattos disse que ouviu, em um dos vídeos, a palavra “macaco” e também sons imitando o animal. Na ocasião, ela destacou que “sem sombra de dúvidas, isso configura o crime de racismo”.
Além disso, uma das testemunhas que foi ouvida pela polícia nesta semana afirmou ter ouvido pessoas gritando “negro” e também sons imitando macaco. Uma segunda testemunha intimada não compareceu e uma terceira afirmou não ter certeza do que as pessoas falaram aos músicos no final do show.
“Além desta perícia mais detalhada das imagens já obtidas para que as falas das pessoas sejam mais perceptíveis, pedimos que as pessoas presentes no show nos procurem e nos enviem áudios ou imagens”, ressalta Andrea.
O telefone para denúncias da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, que também tem WhatsApp, é (51) 98595 5034. A polícia informa que podem ser enviadas denúncias e imagens, alertando que o sigilo é garantido em todos os casos.
Depoimentos
A partir das 14h30min desta quinta-feira, o presidente do GNU, Paulo Bing, deve depor. A polícia pretende ouvir dele se percebeu algum indício de manifestações racistas no show. Outro objetivo é esclarecer áudio de Bing com menção à vestimenta do cantor, à possibilidade de rompimento de contrato e a um suposto gesto político por parte de Seu Jorge.
Em relação ao depoimento da banda, os músicos ainda não se manifestaram oficialmente por vídeo, conforme pedido da delegada Andrea. A polícia aguarda ainda para esta quinta-feira um contato da empresária de Seu Jorge. Com informações do GZH.