Aprefeita de Carlinda, no Mato Grosso, Carmelinda Leal Martines Coelho (União Brasil), apresentou carta de renúncia à Câmara Municipal na terça-feira (3). Ela havia prometido, após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, se ele fosse empossado, ela renunciaria ao cargo.
A ex-gestora entregou o documento de renúncia na Câmara Municipal ainda durante a manhã. No documento, ela diz que não concorda com a gestão do novo presidente e abdica do cargo como prefeita.
“Minhas convicções políticas me colocaram na contramão da administração que se inicia no dia 1/1/2023, pelo novo presidente da República e, por isso, não tenho forças para continuar dando o melhor de mim na frente do poder executivo municipal”, consta na carta. Segunda ela, suas “lutas poderiam se tornar doloridas” pelo “desalinhamento que nutre pelo novo presidente”.
Na nota, a Câmara informou que a prefeita concordou em permanecer no cargo até o dia 31 de janeiro, para que o seu sucessor, o vice-prefeito pastor Fernando Ribeiro (PSC), possa ter um período de transição.
“As contas públicas, fechamento das pastas das secretarias municipais, de modo que todo tramite necessário está em avançada fase, sendo esses próximos 29 (vinte e nove) dias de transição suficientes para que o novo prefeito fique atualizado de tudo e possa assim iniciar seu mandato da melhor maneira possível”, diz o texto.
A gestora era apoiadora do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado na disputa no segundo turno pelo petista. “Tenho vergonha de estar na política com um representante maior da forma como ele é, não concordo”, disse ao Uol em novembro do ano passado, se referindo a Lula.
Ela disse ainda, na época, que não aceitava a vitória do atual presidente devido ao fato de “não compactuar com a ideologia” do petista. Ao se desligar da prefeitura, Carmen pretende ainda se afastar da vida pública durante o período em que Lula permanecer no poder. “Enquanto Lula estiver no poder, não faço política. Não colocarei meu nome à disposição do partido. Foi uma tragédia moral o que aconteceu”. Com informações d’O Povo.