O assassinato da engenheira Letycia Peixoto Fonseca, de 31 anos, que estava grávida de oito meses quando recebeu cinco tiros praticamente à queima-roupa na porta da casa onde vivia com sua família, em Campos dos Goytacazes, no Norte do Rio de Janeiro, no dia 2 deste mês, chocou o Brasil pela frieza e crueldade.
Os dois homens que ocupavam a moto que se aproximou do carro da jovem, no início da noite, e dispararam impiedosamente já estão presos e a Polícia Civil fluminense afirma que o mandante do crime é o professor do IFF Diogo Viola de Nadai, pai do bebê e companheiro de Letycia, embora ele seja casado há mais de 10 anos com outra mulher. Ele também está preso.
De acordo com as investigações e com o depoimento da mãe da vítima, Cintia Fonseca, o suspeito teria apresentado um comportamento totalmente incomum no dia do crime. Diogo seria visto por toda a família da gestante e por amigos dela como um sujeito muito calado, frio e excessivamente discreto, evitando falar e também se manifestar sentimentalmente em relação à vítima e ao bebê esperado pelo casal.
Na manhã do dia 2, diz Cintia, Diogo teria dormido na casa da família da namorada e teria sido acordado por ela. A mãe diz que após se levantar, o professor pegou um bolo na geladeira e ofereceu na boca de Letycia, de forma carinhosa. A princípio ela não queria, mas depois aceitou. O segundo pedaço, diz Cintia, o suspeito deu em oferecimento ao “Hugo”, nome que dariam à criança, e disse a ela “meu filho, dona Cintia”.
Depois disso, seguiu a depoente, Diogo teria alisado carinhosamente a barriga de Letycia e teria dito por três vezes “Huguinho”, cheio de ternura. A futura avó diz que estranhou tal comportamento e relatou ter sentido um aperto no peito, como se presenciasse uma espécie de “despedida”.
De acordo com a investigação, suspeito e vítima teriam ainda se falado durante o dia e teriam ido tomar lanche numa padaria, juntos, por volta das 16h, permanecendo no estabelecimento até as 17h. De lá, Diogo foi dar aula no Instituto Federal Fluminense, onde é professor de química, e a grávida teria voltado para casa. Ela ainda mandou um áudio a Diogo, às 18h16, no qual apenas disse “estou de olho no senhor, mocinho”.
Depois disso, conforme a oitiva de Diogo aos policiais de Campos dos Goytacazes, ele teria recebido uma série de ligações de um cunhado enquanto dava aula. Ele disse que não podia atender, mas que, diante da insistência, pediu licença aos alunos e saiu para retornar a chamada, momento em que foi avisado para ir correndo para o hospital porque Letycia teria sido baleada.
Cintia diz que desde a chegada de Diogo à emergência do Hospital Ferreira Machado sabia que ele tinha envolvimento no crime, uma vez que suspeito aparentava total tranquilidade. A mãe da vítima também precisou ser internada, já que foi baleada na perna pelos criminosos enquanto tentava evitar que eles matassem sua filha. Cintia afirma que uma acompanhante de um paciente teria relatado que um homem com as mesmas caraterísticas de Diogo perguntara na recepção da unidade de saúde “já morreu, já morreu?”, em referência a Letycia, de maneira seca e direta.
Por fim, a mãe da grávida diz que, nos meses de gestação, Diogo sempre agiu de maneira “falsa” e “indiferente” em relação ao momento vivido pelo casal e que passou a suspeitar ainda mais dele quando viu uma “atitude exagerada” ao saber da morte da criança, que chegou a nascer com vida depois de uma cesariana feita às pressas, mas que não resistiu por mais do que algumas horas. As informações são da Revista Fórum.