Quase 60 mil baianos aguardam por perícia médica no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A média de tempo de espera é de três meses em Salvador e nas cidades do interior há casos de pessoas que ficam mais tempo na fila. A Bahia tem 180 médicos peritos em 52 agências do INSS, mas essa quantidade não é suficiente para dar conta de tantas pessoas que precisam de atendimento.
O resultado é uma longa fila de espera. A representante dos médicos peritos do INSS, Rosicleide Tavares, explica que há atraso em Salvador, mas no interior, a situação é mais complicada. Em 2021, o pintor Luiz Rodolfo Gonçalves perdeu totalmente visão em um acidente de trabalho. Ele carregava dois sacos de areia em uma obra quando caiu com o rosto no chão.
Desde então, os olhos da esposa, a diarista Jessica do Carmo, são os dele. O problema é que sem enxergar, ele não consegue trabalho para ajudar a sustentar as duas filhas do casal e ainda não conseguiu o benefício do INSS. “Eu fico triste, porque as dificuldades vão batendo na porta e eu não tenho para onde recorrer, não consigo trabalhar. Minha esposa não tem conseguido trabalhar, tenho duas filhinhas pequenas e como que elas vão comer?”, questionou o pintor. Luiz Rodolfo Gonçalves já passou por seis perícias e mesmo com a cegueira irreversível, o benefício sempre é negado.
A última perícia foi feita na terça-feira (21), mas ela já havia sido agendada desde o mês de dezembro. A data do resultado não foi divulgada. “Tenho que ficar muito tempo a esperar. Teve uma [perícia] que demorou três meses para a reposta e foi negado. Aí só pode remarcar uma nova perícia com dois ou três meses”, explicou Jessica do Carmo. Redação do g1/BA.