Alvo de queixas de colegas da Esplanada e parlamentares, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse na noite de quinta-feira (23) que procura “evoluir sempre” e que no passado já recebeu críticas por causa de seu temperamento. Por meio de sua assessoria, ele ainda pediu “desculpas por eventuais erros”.
“Tenho meu temperamento, procuro evoluir sempre. Peço desculpas por eventuais erros, mas sempre procuro acertar: quero muito ajudar o presidente Lula a reconstruir o Brasil. Estou focado nisso e quero contribuir”, declarou Costa.
Costa passou a ser alvo de críticas tanto de colegas da gestão Lula como de parlamentares no Congresso Nacional.
As reclamações vão desde o estilo do ministro, considerado ríspido, e chegam a questões práticas, como a demora na autorização de nomeações de indicados para ocupar cargos na máquina federal.
Por meio de sua assessoria, Rui disse que foi criticado quando era governador da Bahia por seu estilo “sisudo”.
“Prefeitos mais próximos diziam: ‘governador, o senhor precisa aprender a dizer o sim e ser mais simpático na hora de dizer o não’. Eu respondia: ‘suas solicitações foram atendidas?’ ‘Sim’. ‘Fui sincero quando te disse não?’ ‘Sim’. ‘Te enrolei?’ ‘Não’”, relatou.
“Ou seja, concentro meu tempo no trabalho. Sou franco, sou sincero. Às vezes isso choca na política. Mas acho que a franqueza ajuda a ganhar tempo. A sociedade espera aflita por respostas rápidas”.
Por último, ele classificou o ministro Fernando Haddad (Fazenda) —com quem teve atrito recente sobre o novo marco fiscal— de “grande nome” e “quadro histórico qualificado”. “Tem equipe técnica competente. Quero estar ao lado dele, construindo”.
As reclamações sobre a postura do ministro, porém, extrapolam o atrito com Haddad. Colegas da Esplanada se queixam do estilo de Costa adotado nas reuniões ministeriais.
Espécie de gerente do governo, Costa fixa tempo para as intervenções de ministros, em geral, de três minutos, chegando a gesticular para freá-los quando o limite é excedido. Ele costuma interromper de forma ríspida outros ministros, provocando as insatisfações.
Na semana passada, Rui interrompeu Márcio França (Portos e Aeroportos) no momento em que o titular da pasta tentava detalhar sua proposta de redução de preços de passagens aéreas.
Ainda segundo relatos dos participantes, em reunião no dia 16 o chefe da Casa Civil repreendeu colegas, afirmando não admitir conversas paralelas.
Por seu temperamento, Rui é comparado à ex-presidente Dilma Rousseff (PT), também conhecida por seu estilo áspero à frente da Casa Civil. O próprio Lula o comparou nesta semana à ex-presidente, chamando o atual ministro da Casa Civil de “Dilma de calças”. As informações são da Redação FolhaPress.