O Parque Nacional Chapada Diamantina, criado em 1985, conserva a biodiversidade de suas áreas delimitadas, que por sua vez é um dos grandes responsáveis por alavancar o turismo nas cidades que estão inseridas no parque, e também os municípios do entorno.
Ao final do segundo milênio, os principais municípios da região voltaram-se praticamente ao todo para o turismo ou grande parte de sua fonte econômica é proveniente desta atividade. Lençóis, a cidade mais bem estruturada da Chapada, tanto para os residentes quanto para os turistas, integra a lista dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional, que segundo o Ministério do Turismo, “são aqueles que possuem infraestrutura básica e turística e atrativos qualificados, que se caracterizam como núcleo receptor ou distribuidor de fluxos turísticos”.
Apesar do turismo ser uma atividade cada vez mais consolidada na Chapada Diamantina, o seu parque nacional ainda não possui estrutura ou serviços relacionados à recepção de turistas, o que, além de retardar o turismo na região, dificulta – ou inexiste, por melhor dizer – o controle do fluxo de visitantes, que quando extrapolado, causa impactos ambientais negativos e aflige o principal objetivo de qualquer parque: a conservação da biodiversidade.
O número de visitantes no Parque Nacional Chapada Diamantina é desconhecido por não haver tal controle, como dito anteriormente. No entanto, há mais de dez anos que a Associação de Condutores de Visitantes do Vale do Capão, no município de Palmeiras, monitoram voluntariamente o número de pessoas que ingressam no parque pelo acesso à Cachoeira da Fumaça, a segunda maior do Brasil.
Pesquisa com gestor hoteleiro
Ramiro Barbosa esponsável pelas relações públicas do Hotel Canto das Águas, em Lençóis apontou o atual cenário turístico da Chapada se encontrando em um momento de busca por estruturação interna, através de parcerias com o Senac, MTUR, Pronatec e Sebrae. “Temos um turismo regional muito forte. O PNCD é cercado por várias cidades, cada qual com sua gama de atrativos e rede de recepção, sendo que Lençóis é a sede turística com a melhor infraestrutura hoteleira, aeroporto e rede de agências e operadoras que distribuem o cliente por toda a Chapada”.
Ao mesmo tempo em que os municípios da região se qualificam estruturalmente, eles se movimentam na busca pela promoção da Chapada através da mídia. “Estamos sempre recebendo Press Trip’s (convite à jornalistas do mercado prioritário para conhecer atrações turísticas dos segmentos divulgados pela Embratur) na tentativa de fomentar matérias de qualidade em mídias de grande veiculação mostrando os valores da chapada”,diz Ramiro.
Ramiro também aponta um movimento pela união de forças das cidades da Chapada almejando a projeção turística, e uma dessas parcerias é dada sobre as Press Trip’s: “A secretaria de turismo de Lençóis tem feito esforço para integrar as secretarias municipais de turismo de outras cidades da região para acompanhar Lençóis nesses espaços de divulgação e mostrar que a Chapada é um grande destino integrado, rico e diverso em possibilidades atendendo a demanda de um público misto, com diferentes faixas etárias e de focos de interesse”.
E não são apenas através das grandes mídias que a Chapada Diamantina se promove. É cada vez mais comum sites e blogs independentes sobre viagens e aventuras passarem informações sobre as destinações turísticas com fontes confiáveis, e muitas das vezes esses veículos inovadores fazem parcerias com empresas de turismo local visando agregar valor aos conteúdos produzidos/publicados.
A Chapada Diamantina é, sem dúvidas, um dos principais “alvos” dos blogueiros de viagem, que não só escrevem sobre os roteiros, como também avaliam hotéis e restaurantes, dão dicas de transporte, lazer, melhores épocas para conhecer a região, entre muitos outros detalhes.
O Turismo
A Chapada Diamantina já apresenta problemas provenientes do crescimento desordenado do turismo, tanto na questão ambiental, quanto social. É fato que o grande número de nativos que, pela falta de qualificação, perdem espaço no setor turístico da região para pessoas mais qualificadas de outras áreas do país que migram para a Chapada em busca de empregos. Tal realidade contribui para o processo de favelização que já é visto em cidades como Lençóis, e esta população da periferia faz o uso de lenha, da caça e de outros recursos dentro do PNCD.
Os impactos da crise econômica de 2008 sobre a Chapada
Apesar de a crise econômica de 2008 não ter impactado profundamente o Brasil, o setor turístico brasileiro observa há tempo uma variação da quantidade de turistas estrangeiros que visitam o Brasil, e na Chapada Diamantina não é diferente.
Perguntado sobre os impactos da crise econômica sobre a região, Ramiro aponta que “a alta ou baixa do dólar reflete direta e significativamente na quantidade e origem dos hóspedes estrangeiros, que vêm em maior ou menor quantidade atraídos pelo poder de barganha de sua moeda frente à moeda local. Em lençóis temos uma parcela significativa de visitantes estrangeiros, e podemos sentir essa diminuição ou aumento de visitantes frente às realidades econômicas do momento”.
O responsável pelas relações públicas do Hotel Canto das Águas ainda afirma que é de natureza do setor turístico certa instabilidade, e cabe aos agentes do turismo não só prever as variações, assim como usar de diferentes meios para reverter quadros negativos da área. Jornal da Chapada com informações de artigos científicos.